DEVIDO A FALTA DE CAPACIDADE DO SERVIDOR CONTRATADO, TIVEMOS DE DIVIDIR ESSA PUBLICAÇÃO EM DUAS PARTES: A e B

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Com essa publicação terminamos a série “44 países que produzem azeite e que talvez você não saiba!” os 9 (4 na divisão em duas partes, mais um “extra”) países abaixo.

Certamente existem mais países que produzem, ao menos artesanalmente seu azeite, contudo a ideia era dar uma visão global de como uma atividade milenar se espalhou por 6 continentes dada sua importância para a saúde e culinária. Isso sem falar nas ações de contenção de áreas desertificadas, substituição de culturas nocivas, etc..

Mais a frente vamos lançando o 45º, 46º… Assim como uma revisão dos países abordados…

    1. Paquistão
    2. Peru
    3. Sérvia
    4. Síria

BÔNUS: Rússia

36 – Paquistão (باكستان)

Pakistan Flag
Bandeira do Paquistão

O Paquistão, oficialmente República Islâmica do Paquistão,na língua oficial o urdu: جمہوریۂ پاكستان. Transliterado: Pākistān com a pronúncia: [ɪslɑːmiː d͡ʒʊmɦuːriəɪh pɑːkɪst̪ɑːn]). O significado do seu nome é considerado como a “Terra dos Puros”, pois em persa pāk significa “Sagrado, Puro”, e stân no idioma hindi – atual falado na Índia, significa “Lugar cheio de”, logo o topônio

Território

É um país no sul do continente asiático com aproximadamente 796.095 km², ou 881.640km², considerando sua área de controle dentro da Cachemira. Seu território equivale a área da França mais Reino Unido – Europa, ou ainda às áreas de Minas Gerais mais Rio Grande do Sul – Brasil.

Está localizado entre as latitudes aproximadas de 24º47’ e 36º55” Norte. Lembrando: Faixa de latitude clássica para olivicultura é entre 30º e 45º, tanto Norte quanto Sul.

Pakistan localitation
Localização do Paquistão

Os mapas abaixo, onde o relevo é do país é destacado, demonstram a característica montanhosa e inóspita da maior parte do país.

Pakistani relief
Relevo do Paquistão

É um país com altitude do terreno elevada, mais de 50% está acima de 2.000 metros. A cadeia montanhas do Hindu Kush parece unir as cadeias de montanha Karakorum e Himalaia. Nessa cadeia de montanhas encontram-se o pico mais elevado do Paquistão, o Monte Nowshak, com seus 7.485 metros de altitude.

O país apresenta uma enorme diversidade de climas e biomas, que vão desde praias arenosas até picos gelados das montanhas, passando por lagunas e manguezais, na costa meridional. Ainda são encontradas florestas temperadas. Abaixo uma visão do mosaico do clima resultante desse mosaico.

Pakistan climate
Clima do Paquistão

Á área de cultivo é restrita a uma região ao norte, próxima ao rio Anu Dar’ya. Ao Sul, abaixo das montanhas, a predominância é de um terreno desértico, ondulante, e de salinas espalhadas. Esse território desértico uni-se ao Grade Deserto da Índia, ou Thar Desert.

Curiosidade: O povo indiano, mais especificamente os seguidores de Vishnu, Krishna, começaram a ser conhecido como hindus a partir das conquistas de Alexandre o Grande da Macedônia, que se referia ao povo que lá habitava como os “depois do rio Indus (Indo)”. Hoje o rio se encontra totalmente dentro do Paquistão, mas na época fazia parte do subcontinente Indiano.

População

Observação: Todos os dados desta seção são oriundos do site https://www.populationpyramid.net/

A população do Paquistão atingirá 225.199.929 habitantes em 2021. O crescimento deve estabilizar-se somente em 2.090 com 404.000.000 de pessoas. Hoje já é quinto país mais populo do mundo. São mais de 255 pessoas por Km², mas considerando as grandes áreas vazias, esse valor nas áreas habitadas supera facilmente 500 pessoas por Km².

World Population - Highlight for Pakistan
População Mundo – Destaque para o Paquistão

História Recente – Independência

É impossível falar da história do Paquistão, principalmente sobre a criação do estado sem mencionar o movimento de Independência da Índia, pois anterior a 15 de agosto de 1947, havia apenas um único país dominado pela Inglaterra.

Com a independência movimentos internos entre as etnias dominantes: Hindu e Mulçumana, resultaram na separação do território, ficando os Mulçumanos a parte noroeste, onde já havia a maior concentração da etnia. Sem maiores detalhes históricos, a independência e os movimentos de divisão Hindu-Mulçumana custaram muito sangue, onde outros grupos religiosos também forma envolvidos. Posteriormente novos divisões territoriais ocorreram, com a criação do Ceilão e Birmânia no ano de 1948, e o Paquistão Oriental (Bangladesh) em 1971.

O líder do movimento pela criação do Paquistão foi Muhammad Ali Jinnah, mas a separação inicialmente contestada por Ghandi, gerou ainda mais insatisfação com a divisão da forma realizada. Forma 4 guerras entre 1947 e 1999, dentre vários outros conflitos e situações de tensão que levam a eventos isolados de agressão.

Em uma destas guerras, a de 1971, que nesse caso não envolveu o território da Caxemira, mas os mulçumanos a oeste do território Indiano, a Índia apesar de ter derrotado as tropas paquistanesas, acabou cedendo mais uma parte do seu território da a criação de outro estado mulçumano, o Paquistão do Oriente, ou ainda: Bangadlesh.

Apenas entre 1947 – 1948 (ano do assassinato de Mahatma Ghandi) foram, mas de 15 milhões de deslocamentos internos para separação do povo Hindu de um lado e Mulçumanos de outro. Os conflitos continuaram e ainda hoje a uma forte tensão entre os países na região da Caxemira.

Exodus of Muslims to Northwest Subcontinent
Êxodo de mulçumanos ao noroeste do subcontinente

Divisão territorial, política e economia

O Paquistão é divido em 4 territórios federais e outras 4 províncias que são governadas centralmente por um parlamento.

Territories of Pakistan

Províncias e capitais:

  1. Baluchistão – Quetta
  2. Khyber Pakhtunkhwa – Peshawar
  3. Punjab – Lahore
  4. Sind – Karachi

Territórios e Capitais

  1. Território da Capital Islamabad – Islamabad
  2. Território federal das Áreas Tribais – Peshawar

Territórios administrados pelo Paquistão e Capitais

  1. Caxemira Livre (Azad Kashmir) – Muzaffarabad
  2. Gilgit-Baltistão- Gilgit

Promessa futura

O Paquistão é considerado pela ONU com um dos “Próximos Onze” a integrar o BRICS – grupo de cooperação econômico formado hoje por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A economia do Paquistão é semi-industrializada e possui uma agricultura bem desenvolvida. Contudo alguns pontos são consequência e entrave para seu desenvolvimento: Analfabetismo, Pobreza, Terrorismo e Corrupção Política.

Agricultura e uso do Solo

A área disponível para agricultura no Paquistão é escassa devido a seu relevo.

Pakistani Land Use
Uso do solo no Paquistão

Culturas principais

Segundo a FAO (ONU) a área total de colheita em 2019 foi de 21.156.985 hectares, superior ao ano de 2018, mais inferior ao ano de 2017.

A média da área utilizada por cada cultura no período de 2017 e 2019 está representada não gráfico abaixo.

Average harvest 2017 - 2019
Colheita média 2017 – 2019

Entrando mais na Olivicultura

Introdução das oliveiras no Paquistão

A oliveira “olea european sativa”, espécie e variedade mais cultivada de azeitonas, foi introduzida no país em 1986 pela PARC (Pakistan Agricultural Research Council – Conselho de Pesquisa para Agricultura do Paquistão), no âmbito de um projeto financiado pelo governo italiano conhecido como “Projeto de frutas, vegetais e azeitonas”.

Após este projeto, foi realizado um levantamento em todo território paquistanês a fim de estimar o número de espécies de oliveiras selvagens naturais, em especial da variedade Cuspidata. Para saber mais sobre as variedades de oliveiras, acesse Variedade ou cultivar? Quando aplicar o nome corretamente? – OLIVAPEDIA

O levantamento identificou mais de 80 milhões de oliveiras Cuspidatas, consideradas selvagens, em diferentes distritos do Paquistão.

Outro projeto do governo federal foi responsável pela enxertia de 5 milhões e 500 mil árvores, contudo menos de 1% sobreviveu.

Olive plantation
Olivais no Paquistão

Status atual do projeto

Os principais objetivos do projeto, alinhado com o entendimento religioso do azeite amplamente citado nas escrituras, são:

  • Expandir o cultivo de azeitonas em áreas selecionadas / identificadas através de novas plantações no Baluchistão, Khyber Pakhtunkhwa, FATA e Potohar.
  • Promover a produção do azeite e sua utilização considerando os efeitos benéficos a saúde;
  • Implantar 4 lagares (unidade de produção de azeite) completos;
  • Promover o conhecimento, treinamento e formação de profissionais para suporte de pomares (olivais) futuros e moinhos futuros;
  • Prestar assistência técnica aos agricultores.

Em junho de 2021 os números eram os seguintes:

  • Plantação de 81.815 plantas em Punjab
  • Plantio de 81.099 usinas em Khyber Pakhtunkhwa.
  • Plantação de 42.500 plantas na FATA.
  • Plantação de 74.590 plantas no Baluchistão

Essas árvores foram plantadas em uma área de 1.133 hectares.

São mais de 800 agricultores participantes do projeto já receberam oliveiras “crescidas” e que já começaram a frutificar.

O que se iniciou em 1986 chama-se “Promoção da Olivicultura para o Desenvolvimento Econômico e Alívio da Pobreza”, implementado pelo governo italiano, foi concedido ao governo do Paquistão, A coordenação PARC (Pakistan Agricultural Research Council) nas províncias de Khyber Pukhtunkhwa, Baluchistan, FATA e Punjab.

Oliveira Paquistanesa

Além das oliveiras silvestres, o Paquistão já possui um cultiva registrado. Trata-se do SHATAWI, utilizado prioritariamente para produção de azeite, mas possui dentro do próprio pais pouca relevância econômica: 3 em uma escala de 1 a 4.

Seu nome significa “centenário” em hindi. O único dado complementar disponível é de que possui baixa capacidade de enraizamento.

Propagação de Plantas Nativas

Dois métodos de propagação estão sendo adotados para o desenvolvimento das árvores autóctones: Mudas e Alporquia (Alporque).

Até junho de 2021 forma registrados a disseminação com 236.903 estacas e 109.200 alporquias de cultivares “populares” As mudas foram tratadas em estufas do tipo “túnel” para maior controle da germinação.

  • 157.548 mudas em Punjab
  • 10.000 cortes e 109.200 camadas de ar em Khyber Pakhtunkhwa
  • 2555 mudas em FATA
  • 66.800 mudas no Baluchistão

Do total acima, estima-se que 20% se tornaram mudas viáveis em 2 anos.

Produção de azeite

A produção de azeite no Paquistão ainda é modesta, logo disponibilidade de azeitonas ou azeite nos mercados locais é rara. Normalmente são produtos produzidos por pequenas empresas privadas, ou de forma familiar com muito pouco tecnologia.

Mas há previsão de crescimento rápido, dada a prioridade do governo no tema. Tanto pela qualidade do produto, como uma visão de dividendos vindo da exportação.

Com a safra 2019/20, a capacidade estimada de produção de azeite no Paquistão chegará a aproximadamente 1,400 toneladas. Até o ano de 2027, a produção deve chegar a 16,000 toneladas.

Muhammad Tariq, diretor da Pak Olive*

*Observação: A Pak Olive é um projeto para promoção do cultivo da azeitona em escala comercial no Conselho de Pesquisa Agrícola do Paquistão.

Observação: O Paquistão não está no radar do COI (CONSEIL  OLEICOLE  INTERNATIONAL) nem há registros quanto a produção de azeitonas feito pela FAO – ONU.

Trechos da entrevista concedida ao xinhuanet.com – página de notícias chinesa-  em 26 de abril de 2021

Muhammad Abbas – Olivicultor paquistanês de 40 anos: …No momento, tenho cerca de 6.000 oliveiras e cada árvore está me dando um rendimento médio de 20-25 kg, o que é muito, considerando a natureza da minha terra que não é adequada para a produção de outras produções…

Enquanto expressava o desejo de plantar mais árvores ano que vem, Abbas disse que como a safra é mais tolerante a condições adversas como a seca e precisa comparativamente menos investimento, está dando mais alto retorno que outras safras.

O país tem uma meta ambiciosa de plantar 50 milhões de oliveiras nos próximos anos sob a égide do programa 10 bilhões de árvores “Tsunami” (?) do governo para a expansão e restauração das florestas fragmentadas em todo o país e abordar as questões de mudança climática.

Imran Khan – Primeiro ministro do Paquistão (em lançamento de campanha para plantação em Nowshera): …O cultivo da azeitona em grande escala provaria ser um dos melhores investimentos futuros para o país, que pode ajudar a enfrentar os principais desafios encarados pelo Paquistão, incluindo segurança alimentar, declínio das reservas cambiais, mudança climática e criação de empregos…

Para reduzir a dependência do óleo comestível estrangeiro e aumentar as exportações, o governo do Paquistão tomou recentemente medidas excepcionais, dando subsídios aos agricultores locais, ministrando treinamentos técnicos e fornecendo uma grande quantidade de mudas de oliveira gratuitas.

O Paquistão gasta bilhões de dólares todos os anos na importação de óleo comestível para atender às necessidades crescentes da população. De acordo com funcionários do governo, a produção local de óleo comestível é apenas 32 por cento da necessidade total do país.

Muhammad Tariq – diretor da Pak Olive:  …o projeto de plantação de azeitonas do governo ajudará e muito a melhorar a economia rural do Paquistão… …Isso não só vai reduzir a conta de importação de óleo comestível do país, mas também fornecerá uma renda regular para os agricultores que possuem pequenas terras…

Ainda Tariq: …o projeto criará oportunidades de emprego para os moradores locais, especialmente para jovens e mulheres, envolvendo-os no processo de agregação de valor das azeitonas…. …o Paquistão tem um imenso potencial no cultivo de azeitonas devido à sua topografia e clima desejáveis de norte a sul, e o governo tem se assegurado de fornecer facilidades adicionais aos olivicultores nesse sentido. Novas variedades de safras de alto valor, incluindo azeitonas, estão sendo introduzidas por cientistas agrícolas para aumentar a produção de alta qualidade. Assistência técnica, incluindo manejo de pomares, processamento e produção de viveiros estão sendo repassados aos agricultores”.

Asad Rehman Gillani – Secretário do Departamento de agricultura da província de Punjab: …O setor privado também está sendo facilitado pelo governo em termos de embalagem, marca e marketing para promover a exportação de azeite local… O cultivo da azeitona não requer muita terra fértil e pode ser cultivado em terreno normal. Se manejadas adequadamente, as árvores podem dar frutos por até 100 anos, tornando-se a safra mais lucrativa entre outras…

Atualmente, as azeitonas foram cultivadas em mais de 27.000 hectares de terra e, nos próximos anos, as mudas de oliveira serão plantadas em mais de 70.000 hectares de terra em todo o país sob o projeto de 50 milhões de oliveiras, disse Gilani.

Uma vez totalmente implementado, o país que gasta mais de 3 bilhões de dólares americanos na importação de óleo comestível por ano, vai produzir excedente para ganhar valiosas moedas estrangeiras”, disse ele.

Planos audaciosos

Chamar o plano para olivicultura do Paquistão de audacioso é ser conservador.

A teoria é de que o Paquistão possui maior área disponível para olivicultura do que a Espanha, logo é só plantar as oliveiras e se tronar o maior produtor mundial em poucos anos…

O embasamento encontra-se nos números apontados no comparativo abaixo:

Comparison of Pakistan's area of territory and production with leading producers
Comparação área do território e produção do Paquistão com principais produtores

Considerações olhando apenas para os números da Espanha

Em 2019 a área de colheita de azeitonas na Espanha foi de 2.601.900 Ha, o que equivale a 6.429.434 Acres. O Gráfico paquistanês aponta para uma área de 5.000.000 de Acres, ao passo que seu próprio número para olivicultura seria o dobro: 10.000.000 de acres, ou ainda 4.046.856 hectares.

A média de produção de azeite da Espanha entre os anos de 2017 – 2020 (estimativa) foi de 1.367 toneladas de azeite, ou seja: Aproximadamente superior em mais de 150.000 toneladas que o informado pelo governo do Paquistão.

Mas para atingir a audaciosa meta será plantar e cuidar da quantidade colossal de oliveiras, aprender com na prática que o manejo da cultura em alta escala é diferente da teoria.

Outro ponto importante é de que enquanto ao modelo de plantio cada vez mais comum principalmente na Europa, Oriente Médio e Norte da África: plantações intensivas e superintensivas, onde o rendimento em Ton de azeitonas por hectare consideravelmente superior. Isso também é mais uma barreira para plano paquistanês, pois não só exige um número maior de mudas, como também maquinário, tecnologia e custo com adubação e defensivos agrícolas.

Para saber mais sobre compasso, acesse: Compasso – OLIVAPEDIA

Traditional crop in Palistan
Plantação tradicional no Paquistão

Por fim: mesmo superando todas as dificuldades e atingindo o mesmo plantel de oliveiras que a Espanha, terão de aguardar a maturidade das árvores para que o rendimento máximo fosse atingido.

Nos basta olhar e torcer pelo país e seu povo!

PARA LER A PUBLICAÇÃO COMPLETA SOBRE O PAQUISTÃO, ACESSE: Olivicultura pelo mundo: Paquistão (باكستان) – OLIVAPEDIA

37 – Peru (Perú)

Peru Flag

 

Bandeira nacional do Peru

A bandeira do Peru, adotada em 25-02-1825 foi baseada em desenhos realizados por San Martín, “libertador das Américas”, e Torre Tagle, segundo presidente do Peru.

A escolha das cores pode ter sido uma inspiração nas corres dos flamingos com asas vermelhas e peito branco da região de Pisco, no litoral sul do Peru. Outra vertente indica que o branco teria sido retirado da bandeira da Argentina e o vermelho da bandeira do Chile, ambos países também libertos por San Martin, e cujos homens compuseram o exército de libertação do Peru.

Peru government flag

 

Bandeira do governo peruano

Ainda há a bandeira adotada pelos órgãos governamentais, muitas vezes confundida com a bandeira nacional.

O Peru está ao noroeste da América do Sul. Abriga parte da Floresta Amazônica, bem como diversos sítios arqueológicos, dentre eles o Machu Picchu: uma antiga cidade Inca na cordilheira dos Andes, conhecida mundialmente.

Machu Picchu

 

Machu Picchu (em quíchua: “velha montanha”) fica no Vale Sagrado dos Incas a 2.400 m de altitude. Próximo está a cidade colonial de Cusco e o Camino Inca.

Curiosidades “dos Perus”

– O nome deste país parece ser anterior à chegada dos espanhóis. Para o Dicionário Oxford o nome vem de Birú ou Perú, que em guarani significa “rio”. Para o historiador Raúl Porras Barrenechea, Birú era, na verdade, o nome de um cacique do sul do Panamá e todas estas terras recebiam o nome dele. Outras teorias afirmam que a origem da palavra Peru é Viru, que é uma palavra no idioma quechua – Fonte: https://www.bbc.com/

– O nome da ave peru tem a sua origem provavelmente no topônimo Peru, apesar de ser originário da américa do Norte. No século XVI acreditava-se que as aves (peru) que chegavam ao continente europeu.

Onde fica o Peru

Peru localization

Ao Norte faz fronteira com o Equador e com a Colômbia. A leste com o Brasil e ao sudeste com a Bolívia e sul com o Chile. A oeste está o oceano Pacífico.

Características do País

É o 3º maior país da América do Sul e 20º do mundo com 1.285.220 Km².

Todo território ao longo da costa é dominado pela Cordilheira dos Andes. Essa influência chega a ser de 400Km da costa, mas na maioria do território fica limitado a 190Km, na média.

Topografia

Topographic of Peru

 

Como observado acima o Peru sofre a influência de toda sua costa da Cordilheira dos Andes.

É quase um forte natural com enormes montanhas que chegam a 6.786 metros de altitude. O ponto mais alto é chamado de Nevado Huascarán, simplesmente Huascarán, na Cordilheira Blanca. Seu nome foi dado sendo o nome de um líder inca, chamado Huáscar, do século XVI.

Origem das oliveiras no Peru

Vamos transcrever o texto publicado em Oliveiras Pelo Mundo: CHILE – OLIVAPEDIA, pois tanto na lenda quando na provável versão real, os dois países dividem a mesma história.

Os relatos do El Inca

Inca Garcilaso de la Vega, ou El Inca, em seu livro Comentarios Reales de los Incas relata uma história sobre como as oliveiras foram levadas ao Perú e, de lá, para o Chile.

O relato diz que em 1560, Don Antônio de Riveira, oriundo de Sevilha, veio para a América do Sul, mais especificamente para a cidade dos Reis, como era conhecida Lima. Dentre várias espécies de plantas, trouxe oliveiras, que eram mantidas sob vigilância de mais de 100 homens e 30 cães.

Mesmo com toda essa proteção, certa noite conseguiram roubar uma árvore e a levaram a quase 2.900 quilômetros de distância, no atual território do Chile. A árvore lá permaneceu por três anos onde tornou-se uma linda oliveira. O tempo foi suficiente para que a mesma gerasse descendentes e assim iniciasse a olivicultura no Chile.

Passados os três anos, devido as insistentes investidas de Don Antônio contra o roubo, a oliveira foi devolvida ao mesmo local de onde havia sido retirada.

Por fim, o Chile acabou sendo um local mais favorável para plantação de oliveiras – talvez por estar em uma zona de latitude mais propícia que o Peru. Arica, onde se encontra o vale de Azapa, é uma das cidades mais ao norte do Chile e encontra-se a uma latitude aproximada de 18,5 º sul.  O Peru vai aproximadamente da mesma latitude até a linha do equador (0 º de latitude).

Parte confirmada da lenda

A oliveira chegou ao Peru pelas mãos do rico Don Antonio de Ribera, que embarcou em Sevilha em 1559, trazendo várias estacas de oliveiras selecionadas como uma carga preciosa. Das 100 mudas que trouxe para reprodução, apenas três chegaram em condições de enraizar.

Uma versão mais conservadora…

Nau FeníciaEm 1492 as Américas receberam as primeiras mudas de oliveiras vindas de Sevilha. Mais precisamente no Caribe, nas Antilhas, também chamadas de Índias do Oeste. Logo, de maneira indireta, podemos atribuir o mérito aos Fenícios.

As primeiras mudas, bem como centenas de outras espécies, foram misturadas as espécies locais e aos poucos foram sendo disseminadas pelas Américas.

O primeiro olival do qual se tem registro, de maneira regular, ocorreu no México, quase 70 anos após a chegada das oliveiras no novo mundo. Dali para o Perú, Califórnia (na época, ainda sob domínio dos mexicanos), Chile e Argentina foi um pulo.

As duas versões provavelmente ocorreram em paralelo, ao menos os fatos confirmados da “lenda”.

Onde estão as oliveiras do PERU

Olhando mais um mapa abaixo sobre o clima no Peru, vamos entender a distribuição das oliveiras, que dentro de um conceito “clássico” (30º a 45º N ou S). Logo o Peru não seria um território com vocação para olivicultura.

 

Climate of Peru

 

Climas do Peru e capitas das regiões produtoras de azeitonas

Apesar do clima não adequado a produção de azeitonas, o Peru possui áreas com micro-climas “adequados”, mas acima de tudo onde a determinação com uso de tecnologia e investimento viabilizaram o cultivo.

Os olivais concentram-se entre o litoral do Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes. Os olivais de Lima e Ica, apesar de mais antigos, e os de La Libertad são os menores e menos produtivos dos 6 apontados ao lado. Isso se deve ao fato de os mesmos encontrarem-se em regiões mais quentes, e com menor variação de temperatura ente o verão e o inverno.

Observação: Como o Norte do Peru “encosta” na Linha do Equador, e sua extensão em latitude não chega aos 19º Sul, a temperatura no inverno, mesmo no mais extremo Sul, está longe de manter uma constância necessária a hibernação das oliveiras, condição básica para uma boa floração. Uma consequência do clima constantemente mais aquecido é de que as árvores de forma mais acelerada (2X) que os mesmos cultivares no Mediterrâneo.

olive producing regions in Peru

Regiões produtoras de azeitona no Peru

Cultivares do Peru

São 4 os cultivares autóctones – nativos

 

 

Cultivar Importância Sinônimo
Criolla 2 Alfonso, Don Alfonso, Botija
Mostazal 4  
Pocoma 4  
Yauca 3  
Cultivares nativos do Peru

Destino das azeitonas

Diferentemente da maioria dos países produtores, a produção do Peru é focada na produção de azeitonas de mesa. Em média, nos grandes países produtores, 80% das azeitonas vão parar em lagares para produção de azeite.

No Peru, 75% se destina à produção da azeitona de mesa (35% preta natural, 20% azeitona curtida em soda e 20% verde no sal. Apenas 25% será utilizada para produção de azeite.

Para o Brasil, o Peru é o terceiro mais importante fornecedor de azeitonas de mesa. Em 2020 os números, considerando apenas os principais fornecedores, foram:

  • Argentina: 58,2%;
  • Egito com 28,5%;
  • Peru com 7,2% 
  • Espanha com 6,1%

O Brasil é o segundo principal destino das azeitonas de mesa peruanas com 19% da produção. O Chile desponta com um total de 78%.

Observação: Ao passo que a Argentina vem retraindo sua produção interna, sua participação no mercado de azeitonas de mesa no Brasil também vem caindo. Em 2005 chegou a ser superior a 75%. Por outro lado, o Egito vem aumentando rapidamente sua participação no mercado brasileiro, mais que dobrando nos últimos dois anos (2018-2020).

Produção, consumo, importação e exportação de Azeite e Azeitonas de Mesa

O incremento da produção de azeitonas está alinhado com a política interna de desenvolvimento do setor.

A propósito: Todo país com condições de desenvolvimento da olivicultura, já despertou há tempos para a mesma. Em poucos países o Estado não tem apoiado a atividade, do campo a produção de azeite, pois os governos que apoiam adotam uma gestão de médio-longo prazo, e entendem que além da gastronomia e efeitos positivos para a saúde, a olivicultura também aborda questões ecológicas, dentre elas recuperação de solo, longevidade da colheita após o pomar ter sido estabelecido. Infelizmente o governo brasileiro não é um dos apoiadores, e toda evolução do setor no Brasil se deve a iniciativa privada.

Área de cultivo e colheita

production and harvest area

 

Área de produção e colhei

 

 

ta

Azeite

A produção de azeite, bem como importação, exportação e consumo, não está no radar do IOC (International Olive Council) – IOC – Internacional Olive Council – OLIVAPEDIA, que é nossa principal fonte de consulta em conjunto com a FAO – Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e com órgão governamentais dos países pesquisados.

Processamento de azeite no Peru – Segundo a FAO

Olive oil processing - Peru between 2016 and 2018

 

Processamento de azeite – Peru entre 2016 e 2018

Azeitona de Mesa

Conforme já visto anteriormente, a produção de azeitonas no Peru visa atender prioritariamente o mercado de Azeitonas de Mesa, não apenas internamente como para exportação.

Production - Consumption - Export table olivesProdução – Consumo – Exportação azeitona de mesa

E é justamente a exportação que tem forçado a aceleração da produção, pois o consumo interno encontra-se “estacionado”.

Consumption x Export table olives

 

Consumo x Exportação azeitona de mesa

Para saber mais sobre o Peru, sua história, curiosidades e olivicultura, acesse:

Olivicultura pelo mundo: Peru (Perú) – OLIVAPEDIA

País Bônus: Rússia (Росси́я)

Esse seria um dos países a compor a lista dos “44 países que produzem azeite e que talvez você não saiba”, contudo a produção mesmo artesanal é tão incerta e mal divulgada, assim como restrita a uma região “recém controlada pela Rússia, que preferimos deixar a “Rússia como um bônus”. Mas manteremos os “44 países”, pois temos algumas cartas na manga!

Russian Flag

 

Bandeira da Rússia

Rússia é um país com características e uma história peculiar e complexa.

É o país com maior extensão territorial do mundo. São 17.075.400 Km². Essa extensão territorial representa um nono da área terrestre do planeta. Toda essa extensão territorial gera por consequência fronteiras com diversos países, a saber:

  • Terrestres: Noruega, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia*, Polônia*, Bielorússia, Ucrânia, Geórgia, Azerbaijão, Cazaquistão, China, Mongólia e Coréia do Norte.
    • * Fronteiras com o exclave de Kalingrado**.
  • Marítimas: Japão (Mar de Okhotsk) e Estados Unidos (Estreito de Bering).
    • ** Kalingrado é um exclave, território controlado não contíguo, da Rússia.

Kaliningrad

 

Kaliningrad

Onde fica a Rússia

Where is Russia

 

Onde fica a Rússia

Apesar da maior parte do seu território encontrar-se na região que conhecemos com Ásia, a Rússia é considerada uma nação pertencente ao continente europeu.

Caraterísticas geográficas

A Rússia com sua enorme extensão territorial, é mais “larga” do que “alta”. Ou seja: possui maior variação de longitude do que de latitude, mas ainda assim são mais de 40 graus do ponto mais ao sul ao mais ao norte que já se encontra no Círculo Ártico.

Ponto extremo ao Sul: Bazarduzu Dagi no Daguestão à 41⁰13’14”.

Ponto extremo ao Norte: Cabo Fligely na Terra de Francisco José  à 81⁰50’35”.

Em termos de longitude, a variação ultrapassa a 161⁰. Considerando a “longitude 0 – Greenwich”, seu território mais no ocidente é medido contando a distância para a direita à (19⁰38”E) – Cordão de Vístula em Kalingrado. Já seu ponto mais oriental é contado girando no sentido contrário, para esquerda, pois o mesmo ultrapassou a latitude 180⁰, seria 180⁰59’E. Mas o correto a se dizer é 179⁰01’W, ou ainda -179⁰01’. Esse ponto são a ilha de Ratmanov no arquipélago Diomedes.

 

Amplitude de latitudes da Rússia – Imagem-modificada-do-site-preparaenem

Essa enorme amplitude de longitude, são mais de 10.000 Km, tem por consequência ser a Rússia o país com maior número de fusos horários do mundo. Apesar de estar inserida em 11 fusos horários, cada 15⁰ conta-se uma hora, o país adota “apenas” 9 horas diferentes horários oficiais para suas regiões.

Viabilidade para olivicultura

Independente das regiões de microclima adequadas, e apesar maior parte do território ser inóspito às oliveiras, a Rússia possui regiões dentro da faixa clássica, que é entre 30⁰ e 45⁰, tanto ao Norte quanto ao Sul.

45º north latitude passing through Russia

 

Latitude 45º Norte passando pela Rússia

Observação: Experiencias de plantio de oliveiras em Latitudes altas, como por exemplo citada na publicação 44 países que produzem azeite que talvez você não saiba – Parte 1 de 5 – OLIVAPEDIA onde falamos sobre uma plantação no Canadá na latitude 49º Norte, são uma realidade. Da mesma forma que plantações em latitudes baixas, como explicado nessa publicação na seção do Peru.

História da Rússia

Tão grande quanto o País é sua história. Complexa abrangendo dezenas de povos e interagindo, horas de formas violenta através de invasões, e horas de forma por intercâmbio cultural. Tudo isso acarretou a existência de várias etnias vivendo dentro do mesmo território.

Em um resumo que não faz jus ao País, temos:

  • Datado com 35.000 anos, os primeiros ossos humanos modernos foram encontrados em Kostenki, as margens do rio Don. Também foram achados restos de um hominídeo (Denisova) que pode ter vivido até 1 milhão de anos atrás no sul da Sibéria, assim como diversos restos de civilizações nômades, inclusive algumas que teriam sido as primeiras civilizações a utilizar cavalo em batalhas.
  • No século IX os Eslavos do Leste fundaram um Estado eslavo conhecido como Rússia de Kiev.

Da Rússia de Quieve a União Soviética

  • A Rússia de Quieve existiu durante os IX e XIII, tendo sido fundada pelo ruríquidas.
  • Os Ruriquídas, ou Dinastia Rurikovitch ou Dinastia Rurik – Foi criada pelo príncipe Rurik. Criada no ano de 862, seu sobreanos governaram sob um território que hoje abranje a Rússia, Ucrânia e Bielorússia.
  • Em 988 a religião oficial da Rússia de Quive passa a ser o cristianismo ortodoxo do Império Bizantino, dando início a fusão das culturas eslavas e bizantinas, definindo a cultura russa.
  • A maior extensão da Rússia de Quieve ocorreu durante o século XI, quando seu território se expandia do mar Báltico ao norte, até o Mar Negro ao sul. A oeste chegava cabeceiras do rio Vístula (na atual Polônia) indo até a península de Taman a leste.
  • Entre os séculos XI e XII vários movimentos migratórios e conflitos fragilizaram a Rússia de Quieve. Por fim entre os anos de 1237 e 1240 uma invasão mongol traria o fim e destruição da Rússia de Quieve.
  • Com a queda da Rússia de Quieve suas terras formam divididas em diversos pequenos Estados feudais.

Moscóvia

  • O mais poderoso Estado feudal que surgiu foi o Grão Ducado de Moscou, ou Moscóvia nas referências ocidentais, que surgiu a partir do Principado de Vladimir-Susdália.

  • No início do século XIV tornou-se a principal força no crescimento territorial. Nessa época ainda sob domínio dos mongóis-tártaros, e sob a conivência destes, crescia a influência do feudo no centro de Rus’*

* Terra Russa, ou Terra de Rus: Tradução de “Русская Земля” (Russkaia Zemlia) que posteriormente derivou para Rússia de Quieve.

  • Entre o século XIV e XV, as incursões mongóis-tártaras, a “Pequena Idade do Gelo”, bem como as frequentes pragas atingiram a Rússia. Apesar das dificuldades, a menor densidade populacional, e o hábito do banho de vapor (banya) reduziu as mortes se comparados os números com a Europa Ocidental.

  • A dominância dos mongóis-tártaros entrou em declínio a partir da Batalha de Kulikovo (1380), liderada pelo príncipe Demétrio com a ajuda da Igreja Ortodoxa Russa.

  • Com o fortalecimento da Moscóvia, após a Batalha de Kulikovo, gradativamente os principados vizinhos começaram a ser absorvidos, como Téria e Novogárdia, rivais tradicionais.

  • Ivã III (Ivã o Grande), nascido em 22 de janeiro de 1440, e falecido em 27 de outubro de 1505, ambos fatos em Moscou, assumiu o governo de Moscóvia em 1462. Estabeleceu as bases para a criação do Czarado da Rússia, estabelecido em 1478.

  • Ivã, o Grande assumiu o título de “Grão-Duque de todas as Rússias.Com a queda de Constantinopla em 1453, Ivã reivindicou o legado do Império Romano do Oriente (Bizantino), e casou-se com Sofia Paleóloga, sobrinha do último imperador bizantino: Constantino XI.

  • Em 1598 a dinastia chega ao fim com a morte do czar Teodoro. Ocorreu então a ascensão do Romanov e então a criação do Império Russo. O primeiro Romanov foi Mikhail I, e o último Nicolau II que perdeu o poder na revolução Bolchevique de 1917. Assassinado com a família em 1918.

Curiosidades:

  • Entre 1762 e 1917 a família que governou o Império Russo foi uma ramificação da “Casa de Oldenburgo”, que decidiu manter o nome Romanov.
  • Atualmente a Bielorússia, Ucrânia e Rússia reivindicam como seus ancestrais culturais a Rússia de Quieve.

  • Durante o século XVIII, o país teve grande expansão territorial através da exploração e conquista de grandes áreas. Entre 1721 e 1917 passou a ser reconhecido como o “Império Russo”. Este foi o terceiro maior império da história da humanidade, estendendo-se da Polônia a oeste, até o Alasca a Leste.
  • Em 1917 ocorreu a revolução Russa orquestrada pelo Partido Bolchevique, que significa “maioria”, liderado por Vladimir Lênin. A motivação foi a miséria na qual vivia a maioria da população operária e trabalhadora rural. O czar Nicolau II também não era um exemplo de líder. Acusado de opressor e ditatorial, renunciou em 1917 em meio à onda de protestos. Foi assinado em 1918 junto com a família. Milhões de outros russos, considerados como “opositores” ao novo estado de coisas, também foram assassinados durante os primeiros anos do regime, principalmente após o empoderamento de Stalin: secretário Geral do Partido Comunista de 1922 a 1952, e primeiro-ministro de 1941 a 1953. Foi o primeiro genocídio em nome do comunismo.

Curiosidades:

– Em carta escrita por Lênin, divulgada apenas em 1956 por Nikita Kruschev, onde escreveu: “O camarada Stalin, tendo se tornado secretário-geral, tem autoridade ilimitada concentrada em suas mãos, e não tenho certeza de que sempre irá utilizá-la com prudência”.

– Enquanto a bolsa de valores de Nova York quebrava em 1929, a URSS crescia 2.425% entre 1928 e 1937, graças a um número enorme de “opositores” ao regime, ou ainda “sem entusiasmo suficiente” escravizados e que fizeram parte do plano de desenvolvimento que incluía a construção de canais, represas, ferrovias, grandes indústrias, etc. Tudo em nome do comunismo.

  • De 1917 a 1991 o país foi conhecido como URSS, ou seja: União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi a primeiro e maior país socialista do mundo, tornando-se uma Superpotência que se opôs ao capitalismo dos EUA, principalmente após a segunda Guerra Mundial, findada em 1945.

A queda da URSS

A “queda” da URSS deveu-se a economia em diversos setores que não apenas davam sinal de estagnação com de retraimento. O abastecimento dos itens de alimentação, energia, combustível, etc. estava em colapso, causando filas para compra de itens mais básicos, como farinha de trigo. Provavelmente por não ser possível manter o regime de escravidão nos Gulags promovido por Stalin.

A abertura política e econômica implementadas por Gorbatchev foram complexas e arriscadas, ficando o próprio Gorbatchev submetido a um impedimento por 3 dias causado por movimento de conservadores descontentes com as reformas.

O Povo

É o nono país mais populoso do mundo, com mais de 145 milhões de habitantes e com a população já madura. Em 2025 haverá uma tendência maior ao envelhecimento da população.

Oliveiras Russas

A oliveira russa apesar de produzirem frutos semelhantes as “azeitonas tradicionais”, não fazem parte da família Oleaceae, muito menos da espécie Olea europaea (oliveira tradicional para cultivo de azeitonas). Logo não possui as mesmas características para uso.

Foto: extension.umn.edu

 

Também é conhecida como árvore-do-paraíso, oleastro ou oliveira-do-paraíso.

Origem

Sua origem encontra-se na Ásia Central e Europa Oriental. É conhecida e utilizada desde a antiga Pérsia (atual Irã), mas também conhecida na Índia. Delas também se extraiam um óleo, chamados por alguns de azeite.

E as Oliveiras de verdade da Rússia?

Em outubro de 2019 o site Sputiniknews publicava uma frase de Mikhail Sergeev, vice-reitor para assuntos internacionais da Universidade Federal da Criméia:

A Crimeia é 99,9% o único território russo onde é possível cultivar várias espécies de azeitonas e plantar olivais não para fins decorativos, mas para fins comerciais

Completou Sergeev:

A azeitona é uma cultura interessante, porque, por exemplo, em Sochi, o calor efetivo total é bastante favorável para ela; não há geadas que possam atrapalhar a floração, mas é muito úmido.

As antigas plantações de oliveiras na Criméia são normalmente muito antigas e voltadas a cuidados manuais, assim como a colheita.

Em Foros, península e cidade ao sul da região, existe uma plantação realizada com padrões modernos pela Universidade Federal da Criméia. O método seria em Sebe com objetivo de descobrir e desenvolver o melhor cultivar para a região.

A escolha do sul da Criméia para desenvolvimento da olivicultura está relacionada a temperaturas mais amenas no inverno, mas ainda se cogita a hipótese do cultivo em pomares protegidos.

 

Olival tradicional antigo na Criméia

Consumo de aceite na Rússia

Enquanto a produção de azeite local não ocorre, a saída é importar. Para tanto o maior desafio é o custo de transporte, que deixa o azeite com preço muito elevado na Rússia, fazendo o mesmo ser um produto de consumo da elite econômica.

Assim como diversos outros países preocupados com a melhoria dos produtos consumidos pela população, a Rússia vem realizando acordos com os principais países produtores a fim de aumentar a oferta no mercado interno.

 

Observação: Todos os valores apresentados quanto ao consumo importação de azeite para 2020 são estimados, bem como os valores para 2021 são previsões

Para saber mais sobre o azeite e azeitona, veja a publicação Específica sobre Olivicultura na Rússia – Seção: História

38 – Sérvia

Serbian Flag

 

A bandeira da Sérvia foi adotada oficialmente em 16 de agosto de 2014. A mesma é concebida dentro dos padrões “PAN-ESLAVOS”, ou seja: Três faixas horizontais iguais. São elas: vermelho no topo, azul no meio e branco em baixo.

Em destaque se encontra o brasão de armas no lado esquerdo e centralizado na vertical com seus fusis semelhantes a letra “C” no alfabeto cirílico. A letra normalmente é associada ao lema Samo sloga Srbina spasava ou Само слога Србина спасава. Tradução: “Apenas a unidade salva os sérvios”.

Onde fica e como é o território da Sérvia

A Sérvia se encontra na porção sudeste da Europa. Possui 88.361Km², considerando Kosovo e 77.474Km² sem Kosovo. Mesmo considerando os dois territórios juntos, a área total é menor que o estado de Santa Catarina no Sul do Brasil, ou do Maine nos EUA.

Faz fronteira ao norte com a Hungria, a Leste com Romênia e Bulgária, ao Sul considerando Kosovo com Macedônia do Norte e Albânia. A oeste faz fronteira com Bósnia e Herzegovina, Croácia e Montenegro.

A maioria do seu território está dentro da faixa de latitude considerada ideal para a Olivicultura:

Ponto mais ao norte: 46,183550º N – 19,701685ºE.

Ponto mais ao sul: 42,253431º N – 21,696250ºE – Desconsiderando Kosovo.

Ponto mais ao sul: 41,866951º N – 20,692320ºE – Considerando Kosovo.

Serbian localization

 

Localização da Sérvia

Altitude do território da Sérvia

A maior parte do território da Sérvia está abaixo de 620 metros, contudo na fronteira com a Bulgária encontra-se o Midzhur, um pico com 2169 m de altitude. Em Kosovo o ponto mais alto é o Deravica com 2656 m de altitude.

Serbia altitudes

 

Altitudes da Sérvia

Uso da Terra

Land use Serbia and Montenegro - Above we kept the State of Montenegro to highlight the area dedicated to olive growing when Serbia and Montenegro were just one country.

 

Uso da terra Sérvia e Montenegro – Acima mantivemos o Estado de Montenegro para dar destaque a área dedicada a olivicultura quando ainda Sérvia e Montenegro eram apenas um país. 1993.

A imagem acima refere-se a um mapeamento feito em 1993, quando Sérvia e Montenegro eram apenas um país. Devido as guerras posteriores (separação de Kosovo) e outras questões políticas, a Sérvia não atraiu muita atenção para criação de documentação atualizada ou de estudo sobre agricultura local e outros temas.

Belgrado, que fica mais ao norte da Sérvia, e em uma altitude abaixo de 150 metros, possui condições adequadas a olivicultura, quanto a temperatura, insolação e regime de chuvas. Vide:

Plantio – Parte I: Requisitos do Local – OLIVAPEDIA

Produção agrícola da Sérvia

Agricultural production in Serbia

 

Produção agrícola na Sérvia

Cultivares autóctones sérvios

Não existem cultivares registrados como naturais da Sérvia, contudo há de se considerar todos os movimentos de união e separação pelo qual passou a região. O mais recente, tirando a reinvindicação de independência de Kosovo – conforme já explicado acima, foi a curta existência do Estado da Sérvia e Montenegro que durou aproximadamente 3 anos após a dissolução da Iugoslávia – história já contada em Oliveiras pelo mundo: Macedônia do Norte (северна македонија) – OLIVAPEDIA e Oliveiras pelo Mundo: CROÁCIA (Republika Hrvatska) – OLIVAPEDIA, dentre outros.

A declaração formal de independência de Montenegro em 3 de junho de 2006 e a declaração formal de independência da Sérvia em 5 de junho.

Logo não é exata a não atribuição de origem de qualquer cultivar a Sérvia, pois como vimos nas publicações dos países abaixo, vários cultivares são atribuídos a esses países e com origem em tempos remotos.

A Olivicultura na Sérvia

Seira mais fácil falar de olivicultura na Sérvia Montenegro, mas nos manteremos na Sérvia.

A olivicultura na Sérvia engatinha após a separação dos dois países em 2006. Não existem números registrados na FAO. No IOC apenas consta que a Sérvia faz parte de um grupo de países que recebe “cooperação técnica e formação do COI que articulam várias estratégias de proteção para o desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos olivícola”. E mais, em texto com livre tradução do COI (https://www.internationaloliveoil.org/olive-oil-germplasm-banks/).

“O COI também desenvolveu projetos para a criação de bancos de germoplasma de azeitona; demonstrações piloto e viveiros de treinamento; campos de oliveira; moinhos de azeite; gestão sustentável da irrigação na olivicultura; tratamento e aproveitamento de água vegetal e bagaço; previsão da colheita da azeitona por meio do monitoramento do pólen; boas práticas para viveiros de azeitonas; e técnicas de produção de plantas para boas práticas agrícolas na olivicultura, para o desenvolvimento sustentável de olivais em áreas caracterizadas por ecossistemas frágeis, etc. Todos os anos, o IOC concede bolsas de doutorado, mestrado em olivicultura e tecnologia do azeite e cursos de especialização para que possamos estimular a pesquisa e a transferência de tecnologias.

As atividades de cooperação técnica e capacitação (seminários, cursos, workshops, estágios, etc.) que realizamos atingiram mais de 8.000 pessoas nos últimos 20 anos. O IOC concedeu um total de 8 bolsas para doutorado, 90 para mestrado e mais de 200 para cursos de especialização. Mais de 36 países se beneficiaram dessas atividades: Argélia, Argentina, Bélgica, Brasil, Croácia, Chipre, Egito, França, Alemanha, Grécia, República Islâmica do Irã, Iraque, Israel, Itália, Jordânia, Japão, Líbano, Letônia, Malta, Montenegro, Marrocos, Polônia, Portugal, Sérvia, Romênia, Eslovênia, Estado da Palestina, África do Sul, Síria, Suécia, República Tcheca, Tunísia, Turquia, Reino Unido, Uruguai, EUA, etc.”

Outras referências

No site Selina Wamucii, no endereço que traduzimos de forma livre: https://www.selinawamucii.com/insights/market/serbia/olive-oil/, encontramos informações sobre a exportação de azeite pela Sérvia, que vem involuindo após um curto período de crescimento até 2011, quando atingiu a marca de 101 toneladas métricas, ou seja: aproximadamente 93 mil litros.

Azeite exportado pela Sérvia

A quantidade de azeite exportada pela Sérvia em 2020 foi de 12 toneladas. Em 2019, a Sérvia exportou 45 toneladas de azeite. Somente para o ano de 2019, o mercado do azeite de oliva da Sérvia (categoria processado) diminuiu, mudando em -10% em comparação com o ano de 2018. Entre 2017 e 2019, as exportações de azeite caíram -28,57 por cento, rendendo à Sérvia US $ 0,12 milhões para o ano de 2019. As exportações de azeite da Sérvia são classificadas como:

• Azeite virgem e suas frações obtidos do fruto da oliveira unicamente por meios mecânicos ou outros meios físicos, em condições que não conduzam à deterioração do azeite (código SH 150910).

• Azeite e frações obtidas do fruto da oliveira exclusivamente por meios mecânicos ou outros meios físicos, em condições que não conduzam à deterioração do azeite (excluindo virgem e quimicamente modificado) (código SH 150990).

• Outros óleos e suas frações, obtidos exclusivamente de azeitonas, mesmo refinados, mas não quimicamente modificados, incl. misturas destes óleos ou frações com óleos ou frações da posição 1509 (código SH 151000).

 

Olive oil export by Serbia

 

Exportação azeite pela Sérvia

Como já comentado, não há muito mais informações confiáveis sobre a olivicultura na Sérvia, mas apara saber um pouco mais sobre os temas abordados, acesse:

Olivicultura na Sérvia (Србија) – OLIVAPEDIA

EXCLUSIVO PARA PATRONOS.

39 – Síria (سوريا)

Flag of Syria

Bandeira da Síria

A Síria é um dos berços do cultivo de oliveiras, considerando a teoria mais aceita. Parte de seu território também faz parte do “Crescente Fértil”, região atribuída ao início da civilização – fim do nomadismo. Possui mais de 5.000 anos de história registrada em achados arqueológicos.

No passado e ainda hoje é um território disputado por sua posição estratégica e divergências de grupos armados sob pretexto religioso.

 

Onde fica a Síria

A República Árabe Síria (لجمهورية العربية السورية) está localizada na Ásia Ocidental. Faz fronteira a Oeste com Líbano e o Mar Mediterrâneo. Ao Norte com a Turquia. A Leste com o Iraque. Ao Sul com a Jordânia e a sudoeste com o Israel.

 

Syria localization

 

Localização da Síria

O país fica inserido entre as latidudes 32º31′ e 37º31′ Norte, ou seja: dentro da zona considerado ideal para a olivicultura.

Tamanho do país e área para agricultura

A Síria possui 18.518.000 hectares, ou seja: 185.180 Km², dos quais 13.921.000 hectares (139.210 Km²) são agriculturáveis.

As oliveiras ocupam hoje um território declarado de 693.277 hectares, ou seja: 6.933Km². Quase 5% de toda área destina a agricultura.

Mais para frente entraremos em detalhes sobre evolução da área de produção e a produção efetiva de azeitonas.

História da Síria

A região entre Anatólia (Ásia Menor) e a Península do Sinai já era conhecida como “Síria” desde a antiguidade.

Considerada uma área estratégica para os Egípcios e Persas (Irã), foi desde muito uma área de muitos conflitos. Por um lado, o Egito entendia que a região era uma “porta de entrada” para seu país, por outro lado, os Persas entendiam que a região seria uma boa oportunidade de expansão do império.

A região, então conhecida como Síria, abrangia um território muito maior, englobando a Mesopotâmia (Iraque) e o Líbano. Durante sua história foi invadida por diversas civilizações: canaanitas¹, fenícios², arameus³, hebreus4, egípcios5, sumérios6, assírios7, babilonios8, hititas9, persas10, gregos11 e bizantinos12.

1 Canaanitas: Habitantes de Canaã: antiga denominação da região correspondente à área do atual de Israel, inclusive as Colinas de Golã, Faixa de Gaza Cisjordânia, Jordânia (faixa oriental do rio Jordão), Líbano e uma faixa do litoral do atual território da Síria.
2 Fenícios: Povo cuja fixação era pulverizada ao longo do mediterrâneo. Tal como a Grécia antiga as cidades tinham autonomia de “Estado”, sem um poder central. O epicentro desse povo estava ao norte da antiga Canaã, ao longo do litoral do Líbano e Síria, bem como ao norte de Israel.
3 Arameus ou Aramaicos: Era um povo semita (descendentes de “Sem”, filho de Noé) da Mesopotâmia (atual sudeste da Turquia, nordeste da Síria e norte do Iraque). Os aramaicos tinham sua própria língua, inclusive falada por Jesus.
4 Hebreus: O nome “hebreus” vem do hebraico “Ivrim”, que significa “povo do outro lado do rio”. Também era um povo semita. no livro da Gênesis, capítulo 10, versículo 21 diz: “…Noé gerou a Sem; este gerou a Arfaxade, que gerou Salá, que gerou Éber; este gerou a Pelegue, que gerou Reú, que gerou Serugue, que gerou Naor, que gerou Tera, que então gerou a Abrão…”. Abrão significa “pai de Aram”, mais tarde mudou seu nome para Abraão: “Pai de muitos povos”. Considerado um dos três patriarcas do povo de Israel, sendo Isaque e Jacó os outros dois. Durante a ocupação romana tornou-se sinônimo de “judeu”. Os hebreus encontravam-se “espalhados por toda a região, contudo, dita a Bíblia, que em 850 a.C. um grande grupo, sob a liderança de Moisés, teria saído do Egito e depois de uma longa peregrinação pelo deserto, ocupado a região de Canaã.
5 Egípcios: Os antigos habitavam o “Oriente Próximo” no Norte da África. Concentravam-se (tal como os egípcios modernos) ao longo do curso inferior do rio Nilo. Também estavam presentes, ainda como “Egito” nos territórios ao Sul que hoje conhecemos como Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália.
6 Sumérios: Habitavam o Sul da Mesopotâmia (Iraque), próximo aos rios “Tigre” e “Eufrades”. Junto com os antigos egípcios e o povo do Vale do Indo, são as mais antigas civilizações do mundo.
7 Assírios: Também um povo semítico. Localizava-se em torno do rio Tigre – Alta Mesopotâmia, atuais: norte do Iraque, nordeste da Síria, sudeste da Turquia e nordeste do Irã.
8 Babilônios: Habitavam a região centro-sul da Mesopotâmia, atual Iraque. Como a Assíria, o Estado babilônico manteve a língua acádia escrita – língua de sua população nativa, apesar dos fundadores (amorreus) falarem semítica, e seus sucessores cassitas falarem uma língua própria. No início mantiveram a língua suméria para uso religioso (como a Assíria), mas já na fundação da babilônia, esta não era mais uma língua falada, tendo sido totalmente absorvida pelo acadiano.
9 Hititas: Ocuparam a Anatólia Centra – Ásia Menor, atual Turquia. Em sua expansão máxima também ocuparam parte do Líbano e Síria. Eram um povo e origem indo-europeu.
10 Persas: Considerado o primeiro grande império do mundo, fundado por um grupo étnico – persas – a partir da cidade de Ansã, situada na atual província iraniana de Fars. Ao longo de sua existência foi governado por diversas dinastias. Em seu apogeu, sob o comando de Dario I (O Grande) o império se estendia por boa da Ásia Ocidental, Cáucaso, Ásia Central, parte dos Bálcãs, (Bulgária-Romênia-Panônia), norte e nordeste da África (inclusive o Egito, chamado de Mudrâya), leste da Líbia, litoral do Sudão, Eritréia, maior parte do Paquistão, Ilhas do Mar Egeu, Norte da Grécia, Trácia e Macedônia.
11 Gregos: A Grécia antiga não era uma nação centralizada. Compunha-se de várias cidades Estado, tendo no final ocorrido a disputa entre Esparta e Atenas (relatada na publicação: Oliveiras pelo Mundo: Grécia (Ελλάδα) – Publicação de aniversário – OLIVAPEDIA). Exerceu grande influência e controle por todo mediterrâneo, do atual Turquia até a costa oriental da Espanha, passando pelo Norte da África, Chipre e quase todo litoral do Mar Negro.
12 Bizantinos: O Império Bizantino, também conhecido como Império romano no oriente, foi criado com a divisão do Império Romano no século V. A capital estabelecida foi a cidade de Bizâncio, posteriormente conhecida como Constantinopla e atualmente Istambul. Seu território variou enormemente ao longo da sua história de dez séculos. Chegou a ocupar o Norte – Nordeste da África, Anatólia (Turquia), Península Itálica,

Em 1.000 a.C. a nação conhecida como Síria era dividida nos Estados: Arã, Damasco, Gesur e Zobá. Contudo em 990 a.C. o rei Davi, de Israel, derrotou o rei Zobá, da Síria. Desta forma a resistência Síria se uniu em torno de Damasco para formarem um Nação unida. Deu certo, pois Damasco viria a invadir Israel várias vezes sob comando dos reis Ben-Hadade I, Ben-Hadade II, Hazael, Ben-Hadade III e Rezim.

Durante a “conquista do Mundo” pelo Macedônio Alexandre – O Grande, o território atual da Síria foi invadido. Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., como resultado da divisão do Império, o território Sírio passou a ser o centro do Império Selêucida. O nome vem do seu chefe, um general de Alexandre chamado Seleuco. O império Selêucida estendia até o oeste da Índia.

Antes da tomada do Império Selêucida pelo Império Romano, a parte oriental já estava sobre controle dos Persas. Daí para frente a região tem sido abalada por conflitos constantemente.

Em 750 a capital do califado de Abássidas transfere a capital de Damasco para Bagdá. Essa transferência reduz a importância de Damasco facilitando a invasão Cruzada no século XI.

Em 1175, Salah Al Din (Saladino) o Egito, Síria e Iraque, iniciando o processo de expulsão dos Cruzados.

No século XVI, a região passou a ser uma província anexada ao Império Otomano (Turco).

Do final do Império Otomano aos anos 2000

Para ver um resumo da história do país, principalmente os momentos mais importantes da Guerra da Síria, acesse:

Oliveiras pelo Mundo: Síria (سوريا) – OLIVAPEDIA

População

A população da Síria é composta por diversos grupos étnicos, dentre eles: Árabes, Gregos, Armênios, Assírios, Curdos, Circassianos, Mandeus e Turcos. Religiosamente também existe um mosaico composto pelos principais grupos: Sunitas, Cristãos, Alauitas, Drusos, Mandeus e Iazidis. A predominância étnica-religiosa é de Árabes Sunitas.

Durante o período de conflito ocorreu uma redução significativa do total da população, quer seja por redução na taxa de natalidade, mas principalmente por movimentos de fuga do país a partir do ano de 2011. O ano com menor número foi o de 2018, e comparado a 2010 representou uma queda de mais de 20% da população: mais de 4,4 milhões de pessoas.

Produção agrícola da Síria

Produção agrícola da Síria

Segundo a FAO STAT a Síria em 2019 produziu 67 produtos. Abaixo uma visão dos mais importantes.

Agricultural production in Syria

 

Produção agrícola na Síria

Efeito “Guerra” na produção agrícola

Com tamanha confusão interna era de se esperar uma redução na produção agrícola. E foi o que ocorreu, apresentando ano de 2014 uma redução de 13,4% sobre 2009. Contudo já em 2019, ainda em Guerra, a redução percebida sobre 2009 foi de 7,6%.

Introdução das Oliveiras na Síria

O território da Síria atual faz parte do antigo Crescente Fértil. Região onde o homem se fixou ao solo, logo início das primeiras civilizações. Seu formato de uma “lua crescente” é o que lhe atribui o nome.

Onde estão as Oliveiras na Síria

A distribuição dos olivais da Síria, divulgado pelo Ministério da Agricultura do país, refere-se aos ano de 2002. O número de oliveiras cresceu até 2011, como poderemos verificar abaixo, contudo a distribuição permanece válida.

Distribution of olive trees in Syria

 

Distribuição das oliveiras pela Síria

Oliveiras autóctones

São 42 cultivares dentre grau de importância de 1 a 4.

São 6 cultivares mais importantes e 5 de importância média listadas abaixo. Algums já estão em publicações detalhadas na Olivapedia.

CULTIVAR IMPORTÂNCIA SINÔNIMO PRINCIPAL USO
Abou-Salt 2 Mhazam Azeitona de mesa
Dan 2 Dam, Dane, Al-Dan. Duplo uso
Doebli  1 Dremlali, Tamrani  Duplo uso
Jlott 2 Jahlut, Jallut, Jalut, Jlett, Jlot, Jlut, Yullut. Duplo uso
Kaissy  1 Kabarbari, Chalkali, Kaesi, Kaisi, Kaisy, Khalkhaly, Khilo, Qaisi. Qeysei. Azeitona de mesa
Karamani 2 Kachabi. Duplo uso
Khodeiry 1 Hdari, Kderie, Khderi, Khdrairi, Khedari, Khudairi, Kodheiri, Kodheri, Koudery. Duplo uso
Massabi 2 Mosabi, Mossabi, Mas’abi, Masabi Azeitona de mesa
Mouairi 1 Edelbi, Ma’ari Azeite
Sorani  1 Ma’ari, Saurani, Sourani, Sorani Abo Shawki Duplo uso
Zaity 1 Assil, Houlkani, Kurdi, Zaiti, Zeiti, Zeity, Zietti Azeite

Olivicultura azeitona e azeite na Síria

Pelo gráfico abaixo observa-se que a Guerra a partir de 2011 causou dois efeitos:

– O primeiro mais óbvio foi a queda da produção, cujo crescimento até então era constante, assim como da área de colheita. A variação bianual na colheita refere-se a característica natural de bianualidade das oliveiras.

– O segundo efeito refere-se a dificuldade na apuração das informações. Em 2009 a colheita deve ter sido superior a indicada, contudo as informações somente são confirmadas 1 ou 2 anos depois. O ano de 2011, relativo ao início dos conflitos, deve ter apresentado uma colheita menor, mas corrigiu a diferença ocorrida em 2009.

De qualquer forma fica claro que depois do início dos conflitos não apenas a produção média caiu, assim como ocorreu a estagnação do crescimento da área de colheita.

Area evolution and olive harvest

 

Evolução da área e colheita de azeitonas – Produção Olivapedia com base nos dados da FAOSTAT

O consumo de azeite pela população local foi mais afetado que a produção, que também sofreu os impactos da insanidade da Guerra.

Para saber mais sobre a Síria, sua história e suas oliveiras, acesse:

Oliveiras pelo Mundo: Síria (سوريا) – OLIVAPEDIA

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