Ou “OLI DE L’EMPORDÀ”
Trata-se de um azeite com DOP, ou seja: Designação de Origem Protegida.
Com este selo consumidor saberá que está consumindo um azeite de uma determinada região e que em sua produção alguns parâmetros de produção foram respeitados.
Veja mais na nossa publicação “O que é DO, DOP, DOC, IGP…?“
História
Sem entrar, mais uma vez na polêmica relacionada a origem das oliveiras, há estudos que indicam que as primeiras azeitonas na região de Empordà datam do final da Idade do Bronze.
Mas somente com a chegada dos gregos – século VI aC – a oliveira tornou-se alvo de cultivo e seus frutos começaram a produzir azeite na região. As principais cidades fundadas foram Empúries (Ampurias) e Roses, que passaram a ser pólos comerciais importantes na região.
Com a chegada do Império Romano, as colheitas forma mantidas e exportadas a Roma. Posteriormente os monges beneditinos a expandiram e hoje são mais de dois mil hectares de oliveiras.
Onde á produzido
Somente é reconhecido como azeite DE L’EMPORDÀ o fabricado na região de Gironda, na região autônoma da Calúnia – Espanha.
Mais especificamente as regiões ao norte da Catalunha de L’Alt Empordà e El Baix Empordà, bem como alguns municípios vizinhos nas regiões El Gironès e El Pla de l’Estany. Todos estão dentro da região de Girona.
Município das regiões
Alt Empordà: Agullana, Albanyà, l’Armentera, Avinyonet de Puigventós, Bàscara, Biure, Boadella i les Escaules, Borrassà, Cabanelles, Cabanes, Cadaqués, Cantallops, Capmany, Castelló d’Empúries, Cistella, Colera, Darnius, l’Escala, Espolla, el Far d’Empordà, Figueres, Fortià, Garrigàs, Garriguella, la Jonquera, Lladó, Llançà, Llers, Maçanet de Cabrenys, Masarac, Mollet de Peralada, Navata, Ordis, Palau de Santa Eulàlia, Palau-saverdera, Pau, Pedret i Marzà, Peralada, Pont de Molins, Pontós, el Port de la Selva, Portbou, Rabós, Riumors, Roses, Sant Climent Sescebes, Sant Llorenç de la Muga, Sant Miquel de Fluvià, Sant Mori, Sant Pere Pescador, Santa Llogaia d’Àlguema, Saus, Camallera i LLampaies, la Selva deMar, Siurana, Terrades, Torroella de Fluvià, la Vajol, Ventalló, Vilabertran, Viladamat, Vilafant, Vilajuïga, Vilamacolum, Vilamalla, Vilamaniscle, Vilanant, Vila-sacra i Vilaür.
Baix Empordà: Albons, Begur, Bellcaire d’Empordà, la Bisbal d’Empordà, Calonge, Castell Platja d’Aro, Colomers, Corçà, Cruïlles, Monells i Sant Sadurní de l’Heura, Foixà, Fontanilles, Forallac, Garrigoles, Gualta, Jafre, Mont-ras, Palafrugell, Palamós, Palau-sator, Pals, Parlavà, la Pera, Regencós, Rupià, Sant Feliu de Guíxols, Santa Cristina d’Aro, Serra de Daró, la Tallada d’Empordà, Torrent, Torroella de Montgrí, Ullà, Ullastret, Ultramort, Vall-llobrega, Verges i Vilopriu.
Pla de l’Estany: Crespià, Esponellà i Vilademuls.
Gironès: Flaçà, Llagostera, Madremanya, Sant Jordi Desvalls i Viladasens.
Condições edafoclimática
As oliveiras são cultivadas em solo “pobre”, nas encostas e planícies nos pés das montanhas dos Pirineus. O solo é geralmente leve e varia entre ácido e neutro. A composição do mesmo tem como base rochas de xisto ou granito ou gnaisse, comuns ao sopé dos Pirineus.
O clima nesta região produtora de azeitona é classificado como Mediterrâneo Marítimo. As temperaturas, bem como a amplitude térmica diária, são temperadas pelo mar. Pode haver geada de meados de novembro até o final de março.
A precipitação média varia de 550 mm na região costeira do norte a 850 mm nas áreas mais interiores perto do sopé dos Pirineus. As chuvas são bastante esporádicas, embora principalmente em setembro e outubro.
Entre junho e agosto, geralmente há um período de seca, típico das regiões mediterrâneas.
Os ventos são predominantemente ao norte, conhecidos localmente como La Tramontana. Às vezes é um vento seco que pode ser muito forte, o que é uma característica importante do clima em l’Empordà.
Por outro lado, nos meses frios do inverno, os ventos do norte reduzem o risco de geadas fortes que podem danificar as oliveiras, permitindo que elas sejam cultivadas nessas regiões.
Composição do azeite
Para ser considerado dentro dos parâmetros da lei que atribuiu o selo DOP, o azeite deve respeitar os seguintes limites:
Somente podem ser utilizadas cultivares autóctones: Argudell, Curivell e Llei de Cadaqués (Verdal). A exceção fica para o cultivar Arbequina, que apesar de ser espanhol, não é nativo da região da Catalunha.
Arbequina Curivell Argudell
Foto recortada em cortesia de Viveros Sophia
Exigências quanto a composição
Existem algumas exigências quanto ao blend entre os cultivares. A primeira e que justamente da destaque ao azeite a ser obtido é que o azeite deve ser composto em pelo menos 51% pela variedade Agrudell.
Somada a variedade Arbequina, o total deve ser de, no mínimo 95% do blend.
Observações:
- A Arbequina foi uma variedade introduzida apenas no final do século XX.
- Os percentuais acima dizem respeito a proporção de azeite, posto o rendimento em massa de azeitonas varia por diversas razões.
O azeite é produzido apenas com frutos de plantações inscritas e por processos mecânicos comuns a produção do azeite extra-virgem.
Breve descrição das variedades
Argudell
Pouco exigente com relação ao solo. Perfeitamente adaptada às condições edafoclimática da região cultivada na Catalúnia e arredores. Tanto que somente nessa região o cultivo é conhecido.
Árvore vigorosa e de alta densidade. Folhas elíptica-lanceoladas com o dorso verde escuro e verso cinza prateado.
As azeitonas ficam em uma posição fácil de serem visualizadas do exterior, e maduram tardiamente. Pode ser colhida de forma mecânica e rende de 18% a 22% de azeite.
É graças as particularidades dessa oliveira, que coincide apenas em 30% dos marcadores genéticos com demais oliveiras da região, que o azeite De L’Empordà se destaca em suas características organolépticas de frutado verde, com notas de grama e alcachofra. Equilibra o amargor e a picância ao paladar. Essa percepção é mantida quando no blend com a Arbequina: mais neutra.
Arbequina
Variedade muito produtiva e de produção precoce. Motivo pela qual é utilizada, não apenas, no azeite De L’Empordà. Ótima para plantio em sebe, pois possui naturalmente um porte pequeno.
Frutos pequenos e esféricos com rendimento em azeite em torno de 20 a 22%.
Utilizada em percentual inferior a 49% suaviza o sabor do azeite da Argudell.
Curivell
É uma árvore de menor vigor que a Argudell. Tem uma tendência a formar “ramos caídos” como os chorões, mas sua maior tendência é a verticalização. Possui folhas de forma elíptica-lanceolada, com o dorso em verde claro e o dorso cinza prateado.
Os frutos normalmente encontram-se em cachos visíveis, sendo os frutos pequenos e simétricos em forma de ovóide. Tem um pedúnculo longo. Durante o amadurecimento varia de verde a avermelhado e quase nunca chega ao preto.
Seu azeite possui alta intensidade de amargor e alta qualidade. É muito produtiva, contudo seu rendimento em azeite por massa de azeitona é baixo, de 16 a 18%.
Este cultivar encontra-se de forma espaçada em meio a plantações de Argudell.
Llei de Cadaqués
Atualmente, é uma variedade cultivada apenas nos municípios de Cadaqués e El Port de la Selva. A árvore desta variedade é vigorosa, com tendência à verticalidade.
Os frutos são de tamanho grande, formato ovóide e levemente assimétricos. Quando amadurece sua cor fica em violeta, com lenticelas visíveis. Formato de ápice arredondado e ampla cavidade pedicular.
O amadurecimento é muito cedo: da última semana de outubro a meados de novembro no hemisfério norte.
Apesar de possuir um alto rendimento de azeite por massa de azeitonas – 23 a 25%, seus frutos são utilizados tanto para azeitona de mesa quanto para produção de azeite.
Características do azeite
O azeite Empordà tem uma aparência clara , limpa e transparente. Possui complexidade notável com aromas reminiscente de funcho , com amêndoas e anis .
O sabor e as sensações que ele transmite mudam de acordo com a fruta que o produziu. Variedades Argudell e Corivell tem um delicado equilíbrio entre o doce e azedo , enquanto a variedade Llei de Cadaqués (Verdal) produz um azeite frutado, maduro e com um certo grau de picância.
Composição do azeite
- 67% de ácido oleico (com valores extremos de 60-75)
- 13% de ácido linoléico (com valores extremos de 8-18)
- 14% de ácido palmítico (com valores extremos de 11-18)
- Estabilidade (valor de Rancimat a 120° C): Nunca menor que 6 horas. valor médio de 9 horas.
- Polifenóis totais (ppm): Maior que 300
Principais produtores
- Auro Agrícola SL
- Celler Cooperatiu D’Espoll SCCL
- Emporadàlia SSCL
- Masetplna
- Oli Serraferran, Oil de Ventalló SL
- Trull Ylla, SL
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