Nome do cultivar
Seu nome vem do fato dela possuir um ligeiro bico em sua extremidade inferior quando ainda pendurada na oliveira.
Sinônimos
“Bical de Castelo Branco”, “Bical”, Bico de Corvo de Serpa, Bical, Azeitona de Água, Bicuda, Cordovil-Bical, Elvas, Longal, Mançanal, Pointu, Ruiva, ou ainda Zambulheira
Nome atribuído erroneamente: Cordovil de Serpa
Origem do Cultivar
Esse é um cultivar cuja origem é disputada “no bico” por Portugal e Espanha. Desculpe-me o trocadilho.
Considerando que Espanha ser o único vizinho fronteiriço de Portugal, e como Portugal já foi parte do maior país da Península Ibérica até 1179, é natural que hajam diversas similaridades entre os países, inclusive na flora.
A dúvida é pertinente, pois o distrito citado no nome português é fronteiriça com a Espanha, assim como as áreas de maior cultivo atual na Espanha e Portugal também o são.
Áreas de maior cultivo atualmente
Em Portugal, além da província que dá nome ao cultivar no país (Castelo Branco), o cultivar se encontra no Baixo Alantejo, mais especificamente nos distritos de Moura e Serra.
Como não se trata de um cultivar novo, logo o mais correto a dizer é que se trata de um cultivar com origem em ambos os países.
Ou ainda que surgiu enquanto o país Portugal ainda não existia, sendo herdado por este no seu reconhecimento.
Tamanho do cultivo e locais pelo mundo
Entre Sierra de Hueva (ES) e Baixo Alentejo são mantidos atualmente 2.000 hectares de olivais desse cultivar.
Não foi localizado menção a cultivo fora da Espanha e Portugal.
Curiosidade: De vez em quando comentamos que as videiras são companheira de jornada das oliveiras. Nesse caso esse reconhecimento veio através do nome, pois existe uma uva também com nome de Bical. Trata-se de uma uva branca portuguesa muito cultivada na região Bairrada localizada na província da Beira Litoral e região do Centro, que se estende entre Águeda e Coimbra até às dunas do litoral Atlântico. Possui DOC (DOP) é utilizada para produção de vinho e espumante.
Principal vocação
É utilizada tanto para produção de azeite quanto para azeitona de mesa. A divisão, levantada em 2018, é mais ou menos a seguinte por olivais com destinação da azeitona para:
- Duplo propósito: 12%
- Azeite: 62%
- Azeitona de mesa: 25%
Importância econômica
Em uma graduação de 1 a 4, a Bical classifica-se como “2”: Variedades secundárias, pouco cultivadas.
A Árvore – Oliveira
Árvore de vigor médio, com copa verticalizada e baixa densidade de folhagem.
Possui alta produtividade, mas com baixa afetação pela bianualidade. Possui enraizamento médio, ou seja: média facilidade de reprodução por estaca semi-lenhosa. A entrada de produção média-tardia (4 a 6 anos).
Pouco se encontra sobre suas resistências a elementos naturais e pragas, contudo sabemos que é mediamente-alta a resistência ao Repilo, Mosca da oliveira (Bactrocera Oleae), Lepra (Gloeosporium olivarum) e Olho de Pavão (ciclocônio) – Spilocaea oleagínea.
Suas folhas
As folhas da oliveira Bical são de tamanho médio (comprimento e largura) e de formato elíptico-lanceolado.
Sua curvatura longitudinal e epinastia. Sua cor em cima é verde escura e embaixo amarelada.
Inflorescência
Comprimento longo. O número de flores é médio, entre 18 e 25.
No hemisfério norte, mais especificamente na região descrita como sendo área de cultivo, a inflorescência ocorre “em média” dia 09 de maio e dura 10 dias.
O fruto – Azeitona
A azeitona da Bical varia entre médio-grande a grande, com peso entre 4 e 7 gramas. Seu formato é alongado e semi simétrico, com um biquinho na extremidade.
Parte superior pontuda e inferior truncada, com muitas lenticelas pequenas. Maior diâmetro no centro.
Apesar de ser relativamente fácil a soltura da árvore, os frutos, normalmente, não caem naturalmente.
Sua maturação média ocorre em torno do meio do mês de dezembro na região atual de cultivo. Em sua maturação predomina a cor vermelha.
Seu caroço
O caroço é grande (0,4 a 0,7 gramas), alongado e assimétrico. Seu maior diâmetro próximo ao centro. Ambas extremidades são pontudas e sua superfície é rugosa. Apresenta um número médio de sulcos fibrovasculares.
O Azeite
O rendimento de azeite por massa de azeitona é considerado bom (médio-alto), podendo reder até 22% (extravirgem).
O azeite é considera de boa qualidade e pode ser utilizado como monovarietal ou em “blend”. Em ambos os casos levam, quando respeita a legislação, o selo de DOP e/ou IGP.
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