Origem e tamanho da cultura
Apesar de sua origem ser na Grécia, hoje a Koroneiki é uma variedade difundida em todo mundo. Tanto por suas qualidades botânicas como pela excelência de seu azeite.
A Koroneiki na Grécia representa 60% dos olivais, contudo na ilha de Creta esse número salta para 85% da cultura: são 30.000.000 de árvores na ilha (2018).
Outros países: Albania, Autralia, Brasil, Chile, China, Chipre, Egito, França, Israel, Itália, México, Nova Zelândia, Portugual, Arábia Saudita, Espanha, Tunísia, Estados Unidos e Uruguai.
Outros nomes: Koroni, Kritikia, Ladolia, Psylolia, Lianolia e Vaciki.
A oliveira da Koroneiki
É uma árvore de vigor médio, copa aberta e possui uma alta capacidade de enraizamento.
É resistente à seca, mas não tolera frio muito intenso.
É resistente ao ponto da folha de azeitona. Moderadamente resistente ao verticillium wilt, mas é sensível ao nó da azeitona.
Produz grandes quantidades de pólen, sendo indicada para polinização cruzada entre variedades compatívies e que tenham mesmo período de florescimento.
O amadurecimento e floração ocorrem de forma precoce, entretanto mantendo uma produção alta e de forma constante, por essas razões tem-se utilizado o método de plantação intensiva, apesar do pequeno tamanho de seu fruto: No máximo 2 g.
Características da Koroneiki
CULTIVAR | Koroneiki | |
ORIGEM | Grécia | |
OUTROS NOMES (SINÔNIMOS) NOMES ATRIBUIDOS ERRONEAMENTE(NAE) | Sinônimos: Koroni, Kritikia, Ladolia, Psylolia, Lianolia e Vaciki | |
PRINCIPAL USO DA AZEITONA | Mesa e azeite | |
ÁRVORE | VIGOR | Média |
COPA | Aberta | |
DENSIDADE DA FOLHAGEM | Baixa | |
PRODUTIVIDADE | Alta | |
REGULARIDADE | Boa | |
ENTRADA EM PRODUÇÃO | Cedo | |
ENRAIZAMENTO | Médio | |
RESISTÊNCIAS (1=Muito baixa 5=Muito alta | RÚSTICA (S/N) | N |
FRIO | 2 | |
REPILO | 5 | |
TUBERCULOSE | 2 | |
VERTICILLUM | 3 | |
MOSCA | 3 | |
SECA | 4 | |
SALINIDADE | 2 | |
FLORAÇÃO | ÉPOCA DA FLORAÇÃO | Cedo |
COMPRIMENTO | Médio | |
NR de FLORES | Médio | |
FOLHA | FORMATO | Elíptica-laceolado |
COMPRIMENTO | Pequeno | |
LARGURA | Pequena | |
CURVATURA LONGITUDINAL | Iponastica | |
COR: Em cima - Em baixo | Verde escuro - Cinza | |
AZEITONA | TAM/PESO | Baixo |
FORMATO | Elíptico | |
SIMETRIA | Semi simétrico | |
POSIÇÃO DO PEDUNCULO | Central | |
PARTE SUPERIOR | Pontuda | |
PARTE INFERIOR | Truncada | |
QTDE DAS LENTICELAS | Raras | |
TAMANHO DAS LENTICELAS | Pequenas | |
ÉPOCA DE AMADURECIMENTO | Médio-cedo | |
DIFICULDADE DESPREENDIMENTO | Difícil | |
CAROÇO | PESO | Baixo |
FORMATO | Alongado | |
SIMETRIA | Semi simétrico | |
POSIÇÃO DENTRO DO FRUTO | Central | |
PARTE SUPERIOR | Pontuda | |
PARTE INFERIOR | Pontuda | |
SUPERFÍCIE | Lisa | |
NR SULCOS FIBROVASCULARES | Médio | |
AZEITE | REND AZEITE/MASSA OLIVA (%) | Alto (20 a 25) |
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS PRODUTOS | PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS | Seu óleo é frutado, com toques de maçã verde e grama. Com presença significativa de picância e um leve amargor, especialmente o azeite de oliva proveniente das oliveiras cultivadas nas montanhas. Estável graças ao alto percentual de ácido oléico |
INFORMAÇÕES ADICIONAIS | A Koroneiki é uma árvore robusta e pode suportar bem as condições de vento. Uma variedade grega cultivada principalmente para a produção de azeite. A fruta amadurece razoavelmente cedo na estação. Fruta pequena em tamanho com um conteúdo de óleo razoável. Geografia do Cultivo: Regiões do Peloponeso, Creta, Egeu, etc. É o cultivar mais difundido na Grécia ocupando mais da metade de toda área plantada de oliveiras. A Koroneike vem conquistando o mundo pela sabor e qualidade do seu azeite. Um menor sucesso se observa em áreas muito frias. Tem sido uma boa opção a ser plantada em conjunto com a Arbequina devido proporcionar uma boa polinização e colheita em momentos diferentes. Apesar de ser menos produtiva que a Arbequina, seu azeite é mais marcante e estável. | Geografia do Cultivo: Desde o seu início de cultivo (não necessariamente origem) em Lérida, espalhou-se pela Catalunha dando personalidade às suas produções e atualmente em toda a Espanha. Sua principal limitação, a baixa estabilidade de seu azeite, é a razão do cultivo local em diversos países, como já observamos em diversos relatórios regionais, memso em países com pouca tradiçao na olivicultura. Curiosamente a mais de um século os especialistas já divulgavam a Arbequina devido a suas virtudes. Na Andaluzia, perto de Linares, há plantações centenárias na Andaluzia. |
Compasso para plantação
Há experiências bem sucedidas em Santa Catarina com espaçamento de 5 M entre filas e 4 M entre plantas – Nota científica dos pesquisadores Dorli Mario da Croce, Eduardo Cesar Brugnara, Volmir Pinto de Oliveira e Cristian Rodrigo Dias. Os três primeiros da Epagri, e o último da Fazenda Primavera. Entretanto em nossas visitas o consenso volta-se para um compasso de 7 x 7 M, ou ainda até 8 x 8 M.
Na Europa tem-se obtido alto rendimento por hectare com a plantação em “sebe” com espaçamento de 7 M X 1,5 M, mas somente para plantações intensivas ou superintensivas.
O fruto – A azeitona
Maior vocação: Azeite
A azeitona Koroneiki é um fruto ovoide e pequeno, média de 1,07 g, mas podendo chegar a 2 g e possui uma maturação geralmente precoce. Possui produtividade elevada, média de 2.092 kg de azeite/ha* e um bom rendimento de azeite.
Relação epicarpo + mesocarpo ÷ endocarpo = 2,7. Rendimento em gordura total: 51,1%.
* Cultura em “sebe” – Fonte: Todolivo, IFAPA e UCO.
O Azeite
Rendimento por massa de azeitona: 20 a 25%.
Seu óleo é frutado, com toques de maçã verde e grama, mas possui picância e um leve amargor, especialmente o azeite de oliva proveniente das oliveiras cultivadas nas montanhas – de onde costumam vir os mais saborosos. Entretanto, mesmo com diversos atributos positivos, parece que os mais críticos preferem outros óleos, como os varietais da Arbequina, ainda que o Koroneiki seja equilibrado e possua um agradável sabor frutado. Mas gosto não se discute.
O azeite extraído com os cuidados necessários da colheita ao engarrafamento é muito estável, portanto possui um alto percentual de ácido oleico.
Sugerido para acompanhar saladas amargas, churrasco e peixes diversos, contudo em massas e só com um pãozinho, fica ótimo.
Estabilidade a 120º Celsius: 15,9 horas.
Características químicas do azeite **:
Detalhamento dos ácidos graxos – média (%)*
ÓLEO (CARBONO : CARBOXILA) | PERCENTUAL |
Palmítico (C16:0) | 11,61 |
Palmitoleico (C16:1) | 0,83 |
Esteárico (C18:0) | 2,67 |
Oleico (C18:1) | 76,31 |
Linoleico (C18:2) | 6,92 |
Linolénico (C18:3) | 0,58 |
- Relação mono ÷ polinsaturado: 4,64
- Polifenoles (ppm ácido caféico): 323
- Amargor (K225): 0,172
* Observação: A composição do azeite varia conforme safra (clima, tratamento), processo de colheita e de extração e armazenamento, contudo a estabilidade do azeite da Koroneiki – polifenóis – é normalmente alto.
** Fonte: “todolivo.com” para cultura em “sebe” nas fazendas acompanhadas na Europa, Tunísia e Marrocos.
Carlos Daniel
17/05/2019 15:53Com certeza muito significativo as informações aqui encontradas
MAURO JOSE DE MENEZES
19/05/2019 18:58Obrigado.
Ficamos a disposição para tirarmos dúvidas e aceitamos sugestões de temas, correções, etc.
A participação de vocês é muito importante.
Abraços,
Olivapedia.
Luiz Mapelli
25/06/2020 18:33Olá, Carolina e Mauro.
Excelente trabalho. Muito obrigado!!!
Já garanti minha área na Serra da Mantiqueira (região de Poços de Caldas) e irei investir em oliveiras.
Espero conhecê-los pessoalmente.
Cordial abraço.
MAURO JOSE DE MENEZES
26/06/2020 17:33Obrigado pelo apoio.
Em breve começaremos “entrevistas com produtores”. Quem sabe você não será um deles.
Mantenha-nos informados, ok?
Olivapedia
Naief Tayer
19/08/2020 08:58Mauro,
Parabéns pela iniciativa!
Somos pioneiros na Serra do Mar, no plantio e condução da olivicultura, com assessoria da APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios.
Nosso pomar foi instalado em jan/2013 (sete anos) no município de Cunha -SP, em plena Serra do Mar, quase divisa com o estado do Rio de Janeiro.
Interessante demais sua iniciativa, principalmente o compartilhar de informações sobre a cultura que é muito recente no Brasil. Esperamos poder auxiliar a OLIVAPEDIA, com nossa experiência dos 1.250m de altitude em plena Mata Atlântica.
Agradecemos e parabenizamos pelas informações e aproveitamos a oportunidade para convida-los a conhecer nosso O Olival
MAURO JOSE DE MENEZES
19/08/2020 12:48Obrigado e parabéns pela iniciativa. Podemos marcar uma conversa pessoalmente. Seria ótimo.
Inclusive um seção a ser iniciada na Olivapedia é uma visão de cada produtor, e, quem sabe “criarmos a rota do azeite”.
Vou lhe enviar, se permitir, um questionário que seria a base da nossa conversa. Pode ser.
e-mail: [email protected].
Abraços.
MAURO JOSE DE MENEZES
26/08/2020 18:18Olá. Recentemente tivemos problemas na conta de e-mail com o servidor. Você recebeu a minha resposta. Abraços.