A região de Arberca, na Catalunha, deu nome a essa importante Oliveira, a Arbequina.

Consenso entre produtores, a Arbequina é conhecida por sua qualidade e pelo baixo nível de amargor de seu azeite – muito bem aceito pelo consumidores.

Enquanto o sabor do azeite é um ponto a favor da Arbequina, sua baixa de estabilidade é um ponto fraco. São necessários cuidados especiais no armazenamento do azeite e este deve ser consumido, preferencialmente, o mais jovem possível.

O azeite da Arbequina também é muito utilizado em misturas com outras variedades, para equilibrar o “blend”.

A produtividade é outro fator importante neste cultivar. Apesar de o percentual de extração de azeite não ser um dos mais altos, ainda assim é acima da média.

A Oliveira da Arbequina

Arbequina
Arbequina

“É considerada, dentre as diversas cultivares de oliveira existentes, a mais plástica, isto é, apresenta grande adaptabilidade a diferentes condições de clima e solo. No entanto, não se recomenda o seu plantio em solos sujeitos ao encharcamento (podendo causar morte por asfixia) ou demasiadamente argilosos. Devido ao vigor reduzido, pode ser cultivada em espaçamentos reduzidos (6 m entre filas x 4 m entre plantas, na fila). Recomenda-se realizar a poda de inverno (frutificação) anualmente ou a cada dois anos (dependendo do vigor das plantas). Como é considerada parcialmente autofértil, recomenda-se o uso de polinizadoras (‘Koroneiki’ e/ou ‘Arbosana’) na proporção de 3:1 (três filas de ‘Arbequina’ para uma fila de polinizadora).”

(Base de dados do EMBRAPA)

A Arbequina é considerada uma variedade rústica, com grande resistência a baixas temperaturas. Não é uma árvore densa, porém é levemente ramificada, com brotos longos. Suas folhas são estriadas, ampliando-se ao longo do pecíolo (“espinha dorsal da folha”). Além disso, produz rizomas com muita facilidade e entra em produção cedo.

Este cultivar tolera bem solos com alta salinidade porém, quando o solo tem muito calcário, é preciso tomar cuidado com a presença do cloreto de ferro (Percloreto de Ferro, Tricloreto Férrico, Ferr (III) cloreto).

Trata-se de um cultivar que responde bem à poda e que produz de forma constante e significativa. Em 2004, a empresa Todolivo bateu o recorde mundial de produção de azeite por hectare com essa variedade, produzindo 3.534 Kg/ha. Mais tarde, no mesmo ano, a empresa voltou a bater o recorde com uma plantação do cultivar Arbosana, com 4.013 Kg/ha. Em ambos os casos com plantação em sebe.

Devido ao seu baixo vigor e “rusticidade”, a Arbequina é a principal protagonista no plantio superintensivo (plantio que pode chegar a mais de 1.800 árvores por hectare). Nesse quesito, começa a competir com ela a Arbosana, que possui ainda menor vigor. Todavia, é importante considerar a redução da vida útil da oliveira em olivais superintensivos.

O fruto da Arbequina

Os frutos da Arbequina são pequenos, em média 1,8 g, e são de uma simetria quase perfeita. A resistência ao desprendimento do fruto é média.

  • Maior vocação: Azeite.
  • Relação epicarpo + mesocarpo ÷ endocarpo = 4,2.
  • Rendimento em gordura geral: 48,8%.

O azeite da Arbequina

A extração do óleo da Arbequina resulta em um azeite de cor verde até o amarelo. Seu aroma suave e doce lembra maçãs, amêndoas frescas e também há referências à alcachofras e tomates, mas estes últimos com final picante. Graças a essas características organolépticas é considerado um azeite de excelente qualidade, porém de baixa estabilidade. Isto aumenta a necessidade de métodos de colheita e extração que protejam os polifenóis de oxidação e contaminação por água, bem como embalagens que protejam o azeite da luz, por maior que seja a vontade de ficar observando sua coloração.

EXEMPLO DE PAINEL DE PROVA ARBEQUINA
Painel criado a partir de pesquisa de diversos painéis de prova. Estes painéis alteram conforme safra e processo de extração. Os valores acima representam apenas uma visão geral das características do azeite da Arbequina.

Rendimento por massa de azeitona: 17% a 20,5%.

Estabilidade a 120º Celsius: 9,89 horas.

Características químicas do azeite

A composição do azeite varia conforme safra (clima, tratamento), processo de colheita e de extração e armazenamento.

  • Ácidos graxos: 97,14 % (média).
  • Relação mono ÷ polinsaturado: 7,57.
  • Polifenóis (ppm ácido caféico): 270.
  • Amargor (K225): 0,124.
DETALHAMENTO DOS ÁCIDOS GRAXOS

Caracterísiticas da Arbequina

Colheita no Brasil / Hemisfério Sul

“… a floração inicia-se em setembro e termina no início de outubro, sendo que a plena floração ocorre ao final do mês de setembro (com duração aproximada de três dias). A maturação das azeitonas normalmente inicia em março, estendendo-se até a primeira quinzena de abril. Caso o olivicultor tenha interesse na produção de azeite com frutado maduro, a colheita poderá estender-se até o final de abril início de maio.”

(Base de dados do EMBRAPA)

Por todas suas características positivas, a Arbequina é não somente uma das variedades mais cultivadas, mas também uma das mais pesquisadas, inclusive para criação de novas variedades ao longo da história da olivicultura. Ressaltamos o cultivar Sikitita, um cruzamento entre a Arbequina e a Picual. Nos próximos posts “Oliveiras no Brasil” falaremos sobre a Picual, uma das estrelas da olivicultura. A Sikitita será tratada nas “Oliveiras pelo mundo”. Até lá!

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