A história da olivicultura na Africa do Sul é cheia de personagens típicos e de fatos inusitados. Na nossa publicação “45 países que produzem azeite e que talvez você não saiba” demos um pincelada no assunto.

Em “Olivieras pelo Mundo: África do Sul” nos aprofundamos um pouco mais no país cheio de cores e que é um exemplo para o mundo com a rápida mudança contra as políticas de segregação étnica, sem a qual o país não poderia ambicionar um posicionamento de destaque no mundo da vinicultura e certamente no futuro da olivicultura.

Onde está a África do Sul e qual a viabilidade da Olivicultura?

O mapa da área de plantio viável foi extraída da pesquisa publicada em
DISTRIBUIÇÃO POTENCIAL DE OLIVEIRAS NO BRASIL E NO MUNDO, por

Marcos Silveira Wrege1, Enilton Fick Coutinho2, Angélica Prela Pantano, Rogério Oliveira Jorge

1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Pesquisador da Embrapa Florestas
2 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Pesquisador da Embrapa Clima Temperado
3 Engenheiro Agrônomo

Em 1893, Piet “California” Cillie trouxe oliveiras e outras muitas frutas “estranhas” ao país, que na época ainda era uma colônia Britânica. Em 1907 um azeite produzido na fazenda De Hoop localizada em Paarl, foi premiado no London Show, e de lá para cá outras marcas acumulam prêmios em todo mundo.

Mais ou menos na mesma época, um jovem imigrante de Gênova, Ferdinando Costa , viu o potencial do clima e do solo e começou a enxertar material italiano importado. Mais do que satisfeito com os resultados, ele começou a plantar em grande escala em uma fazenda em Paarl Valley em 1925 e, em 1935, estava extraindo seu próprio azeite com uma usina importada da Itália. Hoje Costas é um nome familiar.

Outro italiano, Barão Andreis, plantou oliveiras na década de 1950 e, em 1972 nomeou Carlo Castiglione para administrar a fazenda e fazer azeite. Castiglione instalou a primeira planta de extração de óleo de ciclo contínuo no país e em 1997 estava engarrafando sob o rótulo Vesuvio Extra Virgin Azeite de oliva .

Em 2002, o Vesuvio ganhou quatro prêmios na Itália e ainda está ganhando prêmios internacionais hoje.

Em 1992 um italiano chamado Guilio Bertrand comprou a fazenda Morgenster com o intuito de se aposentar na bela terra. Contudo ao perceber o potencial do local, introduziu a cultura de seus antepassados de cultivar uvas e azeitonas de forma combinada em sua propriedade.

Panorâmica Morgenster

As importações das oliveiras começaram me 1994, e a decisão não poderia ser mais acertada.

 In August 2012, Giulio Bertrand was honoured by the SA Olive Association with a Life Time Achiever trophy for his contribution to the local olive oil industry.

Em 2012 o senhor Guilio Bertrando recebeu o Prêmio Lifetime Achievement Award da “SA Olive” pelo seu trabalho. Hoje 90% das oliveiras produtivas na região são as importadas e suas descendentes, por Guilio Bertrando berçário de oliveiras de topo que ele estabeleceu.

Ou seja: das aproximadamente 5 milhões de oliveiras existentes na África do Sul em 2018, 4,3 milhões são descendentes das 2.000 originalmente trazidas por Guilio Bertrando.

É importante também citar a contribuição de duas mulheres no desenvolvimento da Olivicultura na África do Sul: Reni Hildenbrand e Linda Costa.

Reni é dona da fazenda onde Piet “California” iniciou a olivicultura no país.

Linda é membro do Instituto de Nutrição Integrativa.

Ambas as mulheres passaram suas vidas educando o público sobre o azeite de oliva através de cursos de degustação. Ambas trabalham como Provadoras de Painéis Internacionais e Líderes de Painel na África do Sul.

DADOS ATUAIS DA OLIVICULTURA NA ÁFRICA DO SUL

Onde se produz na África do Sul?

Mapa com regiões da África do Sul com seu percentual de participação na olivicultura local

QUAL A ÁREA PLANTADA?

Incremento de 110% em apenas 10 anos

Qual a importância de cada cultivar?

Não existe uma variedade registrada na África do Sul. Os principais cultivares são italianos, espanhóis e gregos, conforme abaixo.

Cultivares na África do Sul

Como cada cultivar evoluiu?

CONSUMO DE AZEITE NA ÁFRICA DO SUL

Infelizmente não conseguimos os dados relacionado a produção e consumo tanto de azeite quanto de azeitonas de mesa, contudo podemos fazer algumas estimativas…

Os vinte principais olivicultores da África do Sul informaram em 2018 uma produção aproximada de 1.467 Toneladas de azeite, o que estimamos pelo número de cultivadores versus o tamanho das propriedades ser algo entre 52% e 60% da produção total do país. Logo vamos considerar a produção de 2018 em 2.620 toneladas, ou ainda 2.832.432 litros.

A importação em 2017 foi de 6.911 toneladas, com uma redução de 6% sobre o ano anterior. Vamos considerar a importação de 2018 igual a 7.000 toneladas.

A África do Sul exportou em 2017 1.308 toneladas de azeite com aumento de 9% sobre o ano anterior. Vamos considerar uma exportação de 1.400 toneladas em 2018.

Logo podemos estimar de uma maneira bastante “arredondada” que o consumo do país foi de 2.620 + 7.000 – 1.400 = 8.220 toneladas, ou ainda: 8.886.486 litros.

Isso representaria com uma população de 58.065 mil habitantes um consumo per capita ano de 153 ml. Lembrando: Esses números são estimados com os dados que temos, logo pode apresentar um erro significativo para mais ou para menos.

PRODUTORES

Em 2018 eram 174 produtores, sendo que 11% detinham 44% de toda a área plantada com propriedades acima de 50 hectares.

Fazendas com área plantada entre 20 e 50 hectares pertenciam a 24 produtores. Essas totalizavam 24% de toda a área plantada.

Propriedades com menos de 20 hectares eram 29% de toda a área plantada e eram divididas entre 138 produtores.

CONCURSOS

Desde o início da participação em concursos internacionais o azeite da África do Sul vem sendo premiado. Destacamos abaixo a evolução do País no NYOOC – Nova York Olive Oil Competition, mas outros resultados podem ser verificados em diversos outros concursos. Para saber quais são, estamos publicando os principais do mundo com seus endereços na categoria “AZEITES

Premiações NYOOC

Agradecimentos

Nossos agradecimentos a Karien Bezuidenhout, gerente da S.A. Olive. e ao Mr. Sam da EVOOSA (www.evoosa.co.za) que enviaram informações que viabilizaram essa publicação.

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