Foto de capa: Viveros Sophia
A Espanha é disparada o país com maior produção de azeite do mundo, contudo apenas com a segunda maior produção de azeitona de mesa, ficando atrás apenas do Egito.
Quanto a número de cultivares registrados a Espanha possui 573 cultivares versus 644 da Itália – Números de janeiro de 2020.
Alguns pesquisadores dividem a Callosina em dois cultivares: Callosina de Callosa e a Callosina de Enguera. Aqui na Olivapedia vamos tratar como sendo apenas um cultivar, pois é o maior consenso.
A Callosina é um cultivar de baixa difusão, mas com qualidade, especialmente como azeitona de mesa, verde ou negra, que a tornam muito desejada regionalmente onde é cultivada.
Pelas características da mesma, tanto em qualidade quanto em produção, sem maiores problemas com relação a doenças, poderia ser uma ótima opção para formação de um olival. O problema maior estaria no regime de importação de uma espécie vegetal.
Simonia do cultivar Callosina
Também é conhecida como: Cornicabra Callosina, Cornicabra Fina, Grossal Callosina, Cornicabra Parda, Cornicabra Parda de Villena, Cornicabra Blanca, Cornicabra de Albatera, Albaterana, Orihuelera.
Atribuição errônea da Callosina
Cornicabra, de Água, Cornicabra Murciana.
Principal vocação
A principal utilização da Callosina é para produção de um azeite de excelente qualidade, entretanto, marginalmente, a mesma é utilizada para produção de azeitona de mesa por suas características da polpa de muito boa qualidade e facilidade de descolamento da polpa do caroço, bem como longa duração na conserva.
Importância econômica
Em uma graduação de 1 a 4, a Callosina classifica-se como 2: Variedades secundárias, pouco cultivadas.
Local de cultivo e origem
É sabido que sua origem é na Espanha, contudo sem maior precisa da província de origem. Entretanto hoje é observado o cultivo na Espanha de aproximadamente 1.000 hectares na comunidade de Valencia, mas especificamente na província de Alicante e na comunidade de Murcia.
Existem indicações quanto ao cultivar também estar presente em Albacete.
Referências sobre a origem:
Patac De Las Traviesas L., Cadahia Cicuendez P., Del Campo Sanchez E. – Tratado de Olivicoltura, 1954, Page: 646.
Rallo L., Barranco D., Caballero J.M., Del Rio C., Martin A., Tous J., Trujillo I. – Variedades de Olivo en Espana, 2005, Page: 478.
Outros países que possuem o cultivar: Argentina* e China**.
* Marsico D.f., Rodriguez A.e.- Les variétés d’olives cultivées dans la république Argentine, Première Conférence Intern. Techniciens Oléicoles, Agronomie Ooléicole, 1958, Pages: 39-70, Féder. Intern. d’Oléiculture, Tanger, Moroc.
* Marsico D.F., Rodriguez E.A.- “Cultivars” de olivo difundidos en la republica Argentina., 1961, Pages: 1-29
Segret.estado agricult. y ganaderia. Corp. nac. olivicultura, Buenos Aires, Argentina **Zucconi F., Menini U.G. – China: development of olive production, report of a study tour in People’s Republic of China , 1980, Pages: 1-153.
Morfologia
Características agronômicas e Susceptibilidades
Fontes:
Ortega Nieto J.M.- Las variedades de olivo cultivadas en España, 1955, Pages: 75, I.N.I.A Madrid
Ortega Nieto J.M. – Las variedades de olivo cultivadas en España, 1963, Pages: 73, Ministerio de Agricultura, Dirección General de Agricoltura Madrid
Barranco Navero D., Cimato A., Fiorino P., Rallo Romero L., Touzani A., Castañeda C., Serafini E., Trujillo Navas I – World catalogue of olive varieties, 2000, Pages: 360, COI, Mundi-Prensa Madrid, Spain
Rallo L., Barranco D., Caballero J.M., Del Rio C., Martin A., Tous J., Trujillo I. Variedades de Olivo en Espana, 2005, Pages: 478, Mundi-Prensa Madrid, Barcelona, México.
O Azeite
Da massa de azeitonas, é possível se obter, em média 42,3% de azeite – total.
É considerado um azeite de boa qualidade.
De uma maneira resumida, podemos identificar os Ácidos Graxos do azeite da Callosina da seguinte forma:
- Linoléico: Alto
- Linolênico: Alto
- Oléico: Baixo
- Palmítico: Alto
- Palmitoléico: Médio
- Esteárico: Médio
- Polifenóis totais: Médio
Composição Química do azeite da Callosina
Esta seção é baseada em estudo descrito abaixo, reduzido nas análises objetivas do cultivar Callosina. Futuramente publicaremos uma tradução comentada completa do mesmo na Olivapedia.com.
O texto original em inglês segue, em seus fragmentos, com uma tradução livre para o português do Inglês.
Título do Estudo, autores e datas:
Cultivares de oliveira inexploradas da Comunidade Valenciana (Espanha): algumas características químicas como estratégia de valorização.
Domingo C. Salazar‑García,Ricardo Malheiro, José Alberto Pereira, Isabel Lopéz‑Cortés.
Received: 27 August 2018 / Accepted: 8 September 2018 / Published online: 28 September 2018
© Springer-Verlag GmbH Germany, part of Springer Nature 2018.
Regiões da Comunidade de Valencia onde forma procedidos os estudos
Os estudos foram realizados com os olivais das comarcas de Bajo Vinalopó e Bajo Segura.
Nossos resultados estão de acordo com os obtidos por Ruiz Domínguez et al. No entanto, com grande discrepância observada nos resultados em relação à cv. Gileta. Por exemplo, detectamos menores quantidades de PUFA e menores quantidades de ácido linoléico, 12,5% em nosso estudo contra 22,85% encontrado por Ruiz-Domínguez et al. Considerando a legislação europeia, os resultados obtidos para mirístico (C14: 0) (dados não apresentados), linolênico, araquídico (C20: 0), eicosanóico (C20: 1) (dados não mostrados), ácidos beênico (C22: 0) e lignocérico (C24: 0) (dados não mostrados) estavam abaixo dos limites legais máximos em todas as cultivares (≤ 0,03; ≤ 1,00; ≤ 0,60 ; ≤ 0,50; ≤ 0,20; e ≤ 0,20, respectivamente). Porém, em relação ao C14: 0, outras cultivares também apresentam valores superiores aos limites legais.”
Tabela 1 – Caracterização da composição em ácidos graxos (%) de azeites monovarietais, obtidos a partir de 31 cultivares de oliva menores de Valência.
Nota Olivapedia: Aqui demonstraremos apenas os valores obtidos para o azeite extraído da Callosina.
Veja a função de cada um desses ácido em: Azeite – Parte III: Características físico-químicas – OLIVAPEDIA
Tabela 2 – Esteróis (g 100 g – 1 de esteróis%), α – tocoferol (mg kg – 1 de óleo) e teor de fenóis totais (mg kg – 1 de óleo) de azeites monovarietais obtidos de 31 cultivares menores de azeitona de Valência.
Nessa publicação apenas a Callosina.
Cultivar | Aparente β-sitosterol | Campesterol | Estigmasterol | α-Tocoferol | Conteúdo total de fenóis |
Callosina | 95.8 ± 0.21i–l | 2.7 ± 0.26a–c | 0.4 ± 0.01a | 255.3 ± 2.93o | 151 ± 1.09 h |
Conforme comentado no início dessa publicação, a Callosina seria uma ótima opção para iniciar um novo olival com vistas a produção de azeite e/ou azeitona de mesa. A restrição maior é quanto ao plantio em áreas úmidas, bem como todo desembaraço para importação de mudas dentro das normas fito-sanitárias.
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