Até quando as oliveiras parecem ser inúteis, elas dão certo.

Ao longo dos 6.000 anos, desde que a primeira Olea europaea L. surgiu, duas principais subespécies (Olea europaea L. ssp. europaea) e (Olea europaea L. ssp. sylvestris) deram origem a mais de 1.800 variedades (cultivares), a maioria naturalmente através do cruzamento cruzado e da especialização ao clima do local inserido.

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Hoje vários cultivares que foram “criados pelo homem” com o propósito de melhorar a produção, por exemplo: a Sikitita, cruzamento entre Arbequina e a Picual, com pequeno porte, tem obtido sucesso em plantações em SEBE.

Mas por que as pessoas querem oliveiras? Obviamente pela azeitonas! Quer seja para produção de azeite ou para produzir conservas de azeitonas de mesa. Certo? Nem sempre!

Como já falado na publicação sobre as oliveiras, os outros usos seriam: Ornamentação e produção de madeira.

Plantar oliveiras para produção de madeira é contraproducente devido ao lento de crescimento vegetativo. Eventualmente é possível se obter uma peça de madeira grande o suficiente para produção algum objeto, o que fica muito bonito.

A utilização das oliveiras como biomassa para queima normalmente ocorre quando um olival é abandonado em uma situação de conflitos / invasão. O povo que entra não detém a cultura, ou ainda prioriza a produção de energia com a queima. Em algumas batalhas as oliveiras foram queimadas a fim de enfraquecer o povo local. Uma insanidade.

Oliveiras no paisagísmo

A busca pela ornamentação de casa, condomínios, empresas e áreas públicas vem aumentando consideravelmente. E nesses casos a produção de azeitonas torna-se um problema, pois as manchas causadas por uma azeitona madura que caia na calçada e sobre um carro, não é uma coisa simples de se resolver.

Mesmo um jardim, a “sujeira” causada por azeitonas em processo de decomposição não é algo desejável, lembrando que as mesmas não são alvo dos pássaros devido ao seu elevado amargor natural.

Espécies pouco produtivas e que exigem polinização com outras variedades, eventualmente vão produzir azeitonas. O ideal é que as oliveiras não produzissem azeitonas (me sinto um blasfemo escrevendo isso)… O problema foi resolvido pela natureza, onde mais uma vez as oliveiras demonstraram sua versatilidade.

As vantagens das oliveiras utilizadas com propósitos paisagísticos são grandes, dentre elas sua resistência a intemperes, falta de água e ser “sempre verde”. Ou seja: Não perde as folhas no outono / inverno como muitas outras árvores. Além disso são belíssimas!

Uma das soluções encontradas é a Swan Hill, localizada pela primeira vez na região da Austrália que lhe deu o nome em 1962, logo considerada autóctone. Em algum momento entre a introdução das oliveiras na Austrália em 1800 (Spennemann, 2000), essa variedade se desenvolveu e é uma das mais exploradas no paisagismo.

A Swan Hill foi relatada a primeira vez em 1962, logo imaginasse ser uma variação espontânea de alguma das espécies introduzidas no continente australiano em 1800. Além de não produzir azeitonas, também não produz pólen, causa da alergia de muitas pessoas.

Outras oliveiras infrutíferas

  • Majestic Beauty: Mais utilizada em regiões quentes e secas;
  • Little Ollie: Variedade de porte muito pequeno, indicada para plantio em vasos;
  • Skylark Dwarf: Idem a Little Ollie.

Variedades que eventualmente podem frutificar:

  • Bonita
  • Wilsonii
Wilsonii – Foto: Evergreennursery

Uma ressalva importante: Todas as oliveiras, ao nosso ver, se prestam a função de ornamentação, logo os frutos não sendo um problema, e querendo uma oliveira para enfeitar sua paisagem, sugerimos uma de dupla finalidade (na verdade serão 3): produção de azeite e azeitona de mesa. Vai que um dia você não queira produzir suas azeitonas de mesa, ou tentar extrair azeite…

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