Foto de capa cortesia de www.oliveoiltimes.com
Um rápida olhada em uma azeitona Picual e entendemos o seu nome. Desenvolvida e batizada na Espanha, não é a única azeitona “pontuda”.
A Picual é a variedade mais difundida na Espanha. Aproximadamente 900.000 hectares (2018) são dedicados a esse cultivar, o que resulta em 50% do azeite espanhol. Em Jaén corresponde a 97% da área com olivais. Jaén é uma província da Andalucia que produz mais azeite que toda a Grécia – terceiro maior produtor mundial.
Sua importância mundial, com 25% de todo azeite produzido, deve-se a alta estabilidade do seu azeite, alta produção de azeitonas por árvore, bem como percentual de azeite por massa de azeitona. Entretanto a qualidade do azeite é considerado apenas boa.
Dado sua popularidade assume diversos nomes, como por exemplo: Andaluza, Blanco, Corriente, de Aceite, de Calidad, Fina, Jabata, Lopereño, Marteño, Morcona, Nevadillo, Nevadillo Blanco, Nevado, Nevado Blanco, Picùa, Pictual, Salgar e Temprana.
Abaixo uma pequena amostra de mais algumas azeitonas “bicudas”.
Vide mais em nossa publicação sobre as principais oliveiras no Brasil.

 A Oliveira Picual

Possui vigor médio com copa espessa e aberta.

A Picual de adapta facilmente a diversos tipos de clima e solo, sendo particularmente resistente ao frio, salinidade e umidade, entretanto deve-se evitar seu cultivo em solos áridos e com elevado teor de calcário.

Picual

Árvores centenárias de PICUAL

É um cultivar resistente a umidade, contudo quando ocorrem índices pluviométricos médios acima de 150 mm na primavera (na Espanha), observa-se no verão o desfolhamento de 50% da árvore. Além de facilitar doenças causadas por fungos as quais é susceptível.

Dado suas características a Picual é uma forte candidata a “porta enxerto”, ou “cavalo” para outros cultivares.

Em condições adequadas gera alta produção de forma constante.

“Visto que as plantas apresentam vigor médio, pode-se utilizar espaçamentos que variam de 7×5 M; 6×5 M e até 6×4 M. Possuí altíssima capacidade de rebrota, por isso recomenda-se realizar, anualmente, no inverno poda severa (frutificação), no verão (poda verde) para retirada de ramos ladrões e aeração da copa. A floração, dependendo da região ocorre normalmente entre o final de setembro e a primeira quinzena de outubro. Mesmo considerando-se sua capacidade de autofertilidade, em algumas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, recomenda-se o uso de outros cultivares na mesma área do plantio, as quais, além de servirem como polinizadoras, produziram azeite (exemplo: Koroneiki, Arbosana e Galega Alto D’Ouro).”

(Base de dados do EMBRAPA)

A Picual é sensível ao “repilo” e ao “emplumado” (doenças – vide “glossário” e “guia de principais doenças”).

A Azeitona

Maior vocação: Azeite.

Tamanho médio com peso entre 2 e 4 gramas. O fruto é assimétrico em formato de ovóide, com a parte superior arredondada e a inferior truncada. Possui pequenas lenticelas abundantes.

O amadurecimento ocorre rápido e de fácil desprendimento da árvore. Logo é possível utilizar colheita mecânica com poucos danos aos frutos.

O Azeite

É possível obter-se mais que 16%, chegando a 27% de azeite sobre a massa colhida. O azeite é estável e em boas condições poderá ser armazenado por mais 12 meses. Entretanto encontramos nos mercados prazos de validade de 24 meses, o que não é “ótimo”.

Uma característica importante do azeite é seu alto índice de ácido oleico, podendo superar 80%. Associado a um baixo índice de ácidos polinsaturados demora a oxidar e ficar rançoso. Possui alto índices de polifenóis. Tudo isso o torna excelente para fritura, podendo ser utilizados diversas vezes sem perder suas caracterísiticas.

Possui ao mesmo tempo um sabor doce, suave e picante. Seu aroma é marcante lembrando ervas recém cortadas e frutas maduras. Excelente para pratos crus e cozimento de alimentos, pois ao mesmo tempo que absorve o paladar da comida, como todo bom azeite, contribui com gosto e aroma próprio.

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