A Carrasquenha é um cultivar de importância secundária, pois é cultivada comercialmente apenas em duas províncias de Portugal, país de sua origem, e a nordeste da Espanha. Mesmo assim possui características interessantes, como alta produtividade e boa resistência a alguns fatores bióticos a abióticos, além da flexibilidade na utilização.
Origem do cultivar
A origem da Carrasquenha é em Portugal, e em provavelmente nas mesmas regiões do cultivo atual em Portugal: Alentejo e Região do Centro, mais especificamente na Beira Interior – Província da Região do Centro.
Fontes:
Leitão F., Potes M.F., Calado M.L., De Almeida F.J.. Descrição de 22 variedades de oliveira cultivadas em Portugal, 1986 – Pages: 111. Ministerio da Agricultura, Pescas e Alimentação Lisboa, Portugal.
Barranco Navero D., Cimato A., Fiorino P., Rallo Romero L., Touzani A., Castañeda C., Serafini E., Trujillo Navas I.. World catalogue of olive varieties, 2000 – Pages: 360. COI, Mundi-Prensa Madrid, Espanha.
Sinônimos
É um cultivar com pouca variedade de nomes, e encontrada apenas em Portugal.
Observação: Elvas é uma cidade fronteiriça com a Espanha, no distrito de Portalegre, a Leste na região do Alentejo.
Além do cultivo e coleções na Espanha e Portugal, também são reportadas coleções na China e Marrocos.
Cultivar na Espanha
Na Espanha o cultivo encontra-se no Vale do Rio Ebro, indo até a região da Rioja (La Rioja).
Principal uso da Carrasquenha
De maneira geral o cultivar é indicado como para duplo propósito, ou seja: produção de azeite e de azeitona de mesa.
Existe uma tendência moderada para uma maior utilização na produção de azeite.
Fontes:
- Loussert R. and Brousse G., L’olivier – 1978, Página 465. Maisonneuve e Larose – Paris
- Morettini A. Olivicoltura – 1972, Página 522. REDA – Roma, Italia
- Patac De Las Traviesas L., Cadahia Cicuendez P., Del Campo Sanchez E., Tratado de Olivicoltura – 1954, Página 646. Sindacato Nacional del Olivo – Madri.
- Several Authors, L’olivier dans le monde – 1939, Página 247. Institut International d’Agriculture – Roma, Italia.
Observação: Quando utilizada para produção de azeitona de mesa, a mesma ainda se encontra em Veraison de 1 a 3, ou seja: Verde.
Morfologia
Interpretação dos dados
Como as pesquisas são realizadas em diversas bases, muitas vezes os dados são conflitantes, ou complementares. Não consideramos fontes duvidosas e excluímos uma informação muito diferente da média (um ponto fora da curva).
No caso de um parâmetro poder apresentar mais de um resultado, adotamos a seguinte estratégia, por exemplo:
- “Tamanho do Fruto: Grande em 50% das fontes e Médio em 50% das fontes”, consideramos: Médio-Alto (ambos adjetivos iniciando com letra maiúscula).
- “Teor de azeite: Baixo 66% das fontes e Médio em 33% das fontes”, consideramos: Baixo-médio (primeiro a avaliação mais considerada, depois a segunda iniciando em letra minúscula).
Também podemos passar o percentual de cada avaliação de um determinado parâmetro, quando julgamos útil.
Observação: Essa forma de interpretar já é adotada pela Olivapedia nas últimas publicações, e não havendo informação em contrário, será mantida para as do futuro.
Características e Resistências Bióticas e Abióticas
Azeite da Oliveira Carrasquenha
Azeite com características peculiares e considerado de boa qualidade. Possui teor de ácido linoleico médio.
Resumo
Variedade que se adapta a diferentes tipos de solos e seca, embora seja sensível ao excesso de umidade.
Dada a sua baixa capacidade rizogênica, a enxertia é utilizada para propagação. A entrada em produção é média. Seu tempo de floração é médio e é considerado parcialmente autocompatível.
Principais pontos:
- Baixa capacidade de propagação por estaca semi‑lenhosa.
- Início plena floração (na região de Elvas – Portugal em ano médio): 4 de Maio.
- Duração média da floração: 19 dias.
- Cultivar adaptada à colheita mecânica.
- Maturação média-tardia (2ª quinzena de Dezembro).
- Ela é considerada sensível à tuberculose.
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