O que é

Também conhecida como Traça da Oliveira, a Prays Oleae é um inseto, mais especificamente uma pequena mariposa, que durante sua fase de desenvolvimento, de ovo até a fase adulta, pode afetar de formas diferentes às oliveiras e aos seus frutos, pois ao longo do ano a espécie gera três novas gerações. Ou seja: É uma mariposa que tem 3 gerações anuais concatenadas em diferentes órgãos da oliveira: as folhas, as flores e os frutos.

É uma praga perfeitamente sincronizada com o ciclo produtivo da oliveira, e quase exclusivamente das oliveiras. O Olmeiro (Phillyrea spp.) e o Freixo (Fraxinus spp.) também são susceptíveis a Prays Oleae, mas de forma tênue e sem prejuízo a planta.

Atualmente só se tem notícia desse vetor ao redor do mar Mediterrâneo e Mar Negro, algumas fontes citam também a ocorrência na Índia.

Aspecto adulta e durante o desenvolvimento

Quando adulta é considerada um micro lepidóptero. Suas asas anteriores possuem uma cor acinzentada com reflexos prateados. As asas posteriores são acinzentadas de maneira uniforme com pequenas “franjas sedosas” nas extremidades.

O corpo e as patas também têm a cor cinza-prateadas com escamas. As antenas, longas e finas, acompanham a coloração. O tamanho da mariposa fica entre 13 e 14mm de envergadura e 6mm de comprimento.

Não há dismorfismo sexual, ou seja: macho e fêmea são semelhantes, sendo que as fêmeas tendem a serem maiores.

Prays Oleae macho a esquerda e fêmea a direita – Imagens: Naturhistoriska Riskmuseet

Seus ovos são achatados e pequenos, aproximadamente 0,5mm de diâmetro, iniciando com branco leitoso, passando a amarelo translúcido antes de eclodir.

Do ovo surge uma larva quase cilíndrica em um verde pálido rosado com duas linhas no dorso esverdeadas e duas ao lado amareladas.

Ao final do desenvolvimento das larvas a Prays Oleae formará sua crisália para metamorfosear na mariposa, já com asas.

A crisália pode se formar ainda na oliveira ou no solo, dependendo do ciclo de reprodução: no caso do crescimento da larva na folha a crisálida deverá se formar na própria folha. No caso do crescimento da larva no fruto, a crisália deverá se formar no chão. A crisália não possui aspectos morfológicos bem definidos, sendo protegida por fios de seda e restos de vegetais e/ou terra.

Classificação taxonômica

Taxonomy Prays Oleae

Para saber mais sobre taxonomia, acesse: Variedade ou cultivar? Quando aplicar o nome corretamente? – OLIVAPEDIA

Sinônimos

  • Oecophora adspersella
  • Oecophora moschettinella
  • Prays oleella
  • Prays oleellus
  • Tinea accessella
  • Tinea olivella

Observação: Lagarta ou Larva? Todas as lagartas são larvas, mas nem todas as larvas são lagartas. “Lagarta” é um termo específico usado para descrever a larva de borboletas e mariposas, enquanto “larva” é um termo mais geral que se aplica a vários insetos em seus estágios imaturos. Por exemplo: citar “lagarta da mosca” está errado, pois o correto é “larva da mosca”.

Ciclo de propagação e afetação às oliveiras

Como já citado acima, a “traça-da-oliveira” se reproduz três vezes ao ano, e é durante o processo de reprodução que a afetação, a partes diferente em cada ciclo, ocorre.

I. A primeira fase de propagação é chamada de “geração filógafa”, ou seja: a larva alimenta-se das folhas, pois é no período fora da frutificação das oliveiras. As larvas vão cavando trilhas em forma de serpente nas folhas, se alimentando da mesma. Essa fase é especialmente danosa às oliveiras mais jovem com risco ao desenvolvimento da árvore.

I. A primeira fase de propagação é chamada de “geração filógafa”, ou seja: a larva alimenta-se das folhas, pois é no período fora da frutificação das oliveiras. As larvas vão cavando trilhas em forma de serpente nas folhas, se alimentando da mesma. Essa fase é especialmente danosa às oliveiras mais jovem com risco ao desenvolvimento da árvore.

larva on the leaf

II. O segundo ciclo de reprodução é chamado de geração antófaga. Neste ciclo o alimento da larva serão as flores, ou ainda dos botões destas. As consequências são o aborto das flores ou até mesmo a diminuição da floração. Nessa fase as larvas ficam embaraçadas com fios de seda, excrementos da própria larva e pétalas secas.

II. O segundo ciclo de reprodução é chamado de geração antófaga. Neste ciclo o alimento da larva serão as flores, ou ainda dos botões destas. As consequências são o aborto das flores ou até mesmo a diminuição da floração. Nessa fase as larvas ficam embaraçadas com fios de seda, excrementos da própria larva e pétalas secas.

larva on the flower

III. O terceiro ciclo é chamado de geração carpófaga. Neste ciclo a larva ao eclodir vai alimentar-se do caroço da azeitona. Ao final do desenvolvimento da larva, prestes a se tornar crisália, a larva perfura a polpa da azeitona, normalmente próximo ao pedúnculo, causando dano também visível no exterior da azeitona. Provavelmente o fruto cairá.

Ciclo carpófago

Ao final de qualquer um dos ciclos acima, a larva ao final do seu desenvolvimento criará uma crisália e dentro dela sofrerá uma metamorfose para se transformar na mariposa com o corpo totalmente formado. No caso do ciclo onde a lagarta se alimentou de folhas, a crisália servirá para a hibernação até o início da primavera, quando um novo ciclo se iniciará e a postura dos ovos ocorrerá nos botões florais, principalmente no cálice.

Ocorrendo a eclosão dos ovos no início da primavera, no ciclo antófago as larvas se alimentarão inicialmente das anteras dos botões florais, passando posteriormente ao estigma, ao estilete e ao ovário, e assim destruindo a flor.

Recordando a estrutura da flor da oliveira

Olive flower structure

Cálice: A parte externa da flor, composta por pequenos segmentos ou sépalas verdes.

Corola: A parte interna da flor, composta por pétalas brancas ou creme, geralmente quatro em número. As pétalas podem se sobrepor ligeiramente.

Estames: São os órgãos reprodutores masculinos da flor, compostos por filamentos finos e anteras amarelas. Geralmente, a oliveira possui dois estames longos e finos.

Ovário: É o órgão reprodutor feminino da flor, localizado na base. O ovário contém o(s) óvulo(s), que darão origem às sementes.

Estigma: É uma estrutura receptiva localizada na parte superior do ovário, onde ocorre a polinização. O estigma geralmente possui uma superfície pegajosa para capturar o pólen.

Resistência por cultivar (“variedade”) a Prays Oleae

Nem todos o cultivares já foram analisados quanto a susceptibilidade ou resistência a essa praga. Até porque muitos não estão sujeitos dentro de seus biomas.

Abaixo apresentamos um resumo dos cultivares já levantados pela Olivapedia.

Cultivars resistant to Prays Oleae
Cultivares com resistência a Prays Oleae

Visão geral dos 45 cultivares de oliveira levantados

Susceptibilidade a fatores abióticos

A mariposa em suas diversas fases de desenvolvimento é susceptível às condições de temperatura ambiente e humidade do ar.

Nos ciclos antófago e carpófago ocorrem grande mortalidade de ovos quando as temperaturas estão mais elevadas, acima de 30 graus Celsius, acompanhadas de baixa humidade relativa ou humidade muito alta: inferiores a 50% ou superior a 70%.

As altas temperaturas, acima de 30 graus Celsius, e baixa humidade também afetam as larvas. Da mesma forma o frio excessivo do inverno, abaixo de 7 graus Celsius, atrasa a evolução delas. Ainda: as mariposas adultas reduzem suas atividades quando a temperatura se encontra abaixo de 10 graus Celsius.

Estratégia de Controle

Uma forma de controle é através da utilização de armadilhas com feromônios para atrair os insetos machos, logo as fêmeas depositaram ovos não fertilizados. Em princípio é sugerida uma armadilha por hectare de olival, contudo para um combate mais intensivo pode ser considerado dez armadilhas, ou seja: uma a cada 1.000m².

As armadilhas devem ser colocadas antes do primeiro ciclo de reprodução.

Uma das armadilhas disponíveis no mercado é a BUTYL SEPTUM – Distribuidor de septo de borracha butílica. Feromônio para monitoramento e armadilhas massivas.

Combatendo

O controle biológico pode ser utilizado com algum sucesso, não se apresentando como uma solução, apenas um paliativo. Por exemplo os Crisópideos (chrysoperla carnea), assim como alguns Himenópteros Parasitoides (Angitia armillata, Diadegma semiclausum, Ageniaspis fuscicollis, Chelonus rimatus), através do parasitismo da larva, têm importância na limitação natural desta praga.

O combate com inseticidas autorizados também pode ser feito em dadas fases de cada ciclo. Durante o ciclo Antófago, quando a flor está ligeiramente aberta (aproximadamente 5%), ou no ciclo Carpófago sendo viável quando há mais de 20% de azeitonas com ovos presentes, a aplicação é feita quando já eclodiu metade da postura.

Para saber mais

1. Ellis, W N. “Prays oleae (Bernard, 1788) small olive ermel”. Plant Parasites of Europe.

2. Kimber, Ian. “22.004 BF449c Prays oleae (Bernard, 1788)”. UKmoths.

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Consulta IA “CHAT OPENEI”

O que é a Prays Oleae?

“Prays oleae é o nome científico de uma espécie de inseto conhecida como “traça-da-oliveira” ou “traça-do-mediterrâneo”. É uma praga que afeta principalmente as oliveiras (Olea europaea), causando danos significativos à produção de azeitonas e azeite.

A traça-da-oliveira é uma mariposa pequena, de aproximadamente 1 centímetro de comprimento. Suas larvas são as responsáveis pelos danos, pois se alimentam das folhas e frutos da oliveira. Elas penetram nos frutos e se alimentam da polpa, deixando galerias características e prejudicando a qualidade e quantidade da colheita.

A praga é especialmente problemática em regiões do Mediterrâneo, onde as oliveiras são cultivadas em larga escala. Os produtores de azeite e azeitonas precisam adotar medidas de controle, como o uso de armadilhas com feromônios para capturar as mariposas adultas ou a aplicação de inseticidas específicos para combater as larvas.

A praga Prays oleae pode ser uma ameaça significativa para a indústria da olivicultura, afetando a produção e reduzindo a qualidade dos frutos. Por isso, é importante monitorar e implementar estratégias de controle adequadas para mitigar os danos causados por essa praga.”

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